O programa de análise esportiva Bola Quadrada, da revista VEJA, dedicou sua edição para dissecar a final surpreendente da Copa do Brasil de 2025, que coloca frente a frente Corinthians e Vasco. A decisão, considerada improvável pelos editores Amauri Segalla e Fábio Altman, acontece em um período atípico do calendário, perto do Natal, e é marcada por um histórico amplamente favorável ao time paulista.
Um cenário atípico e escolhas estratégicas
O primeiro jogo da final está marcado para esta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025. Os comentaristas destacam que a data incomum, em um momento tradicionalmente sem futebol, pode ter sido um fator decisivo. Fábio Altman avalia que o período permitiu uma melhor recuperação física e psicológica dos elencos, algo que não ocorreria se a definição fosse em novembro, como em edições anteriores.
Amauri Segalla ressaltou que ambos os clubes fizeram escolhas claras para chegar até aqui. Segundo ele, o Corinthians, em especial, "abandonou" o Campeonato Brasileiro para concentrar todas as suas energias nos jogos decisivos da Copa do Brasil – as semifinais e a final. O técnico Dorival Júnior, que chega à sua quinta decisão do torneio, é apontado como um especialista em organizar equipes para o mata-mata.
O contraste entre os técnicos e o peso da história
O debate também trouxe à tona o contraste entre os comandantes das equipes. Enquanto Dorival tem um histórico vitorioso na competição, Fernando Diniz, do Vasco, ainda busca sua primeira conquista. Segalla classificou as equipes de Diniz como "imprevisíveis", capazes de grandes atuações seguidas de performances abaixo do esperado. A expectativa, no entanto, é de que o técnico vascaíno adote uma postura mais cautelosa, especialmente no jogo de ida, no estádio do Corinthians.
Um dos pontos mais enfatizados na análise foi o retrospecto histórico absolutamente dominante do Corinthians sobre o Vasco. Desde 2010, as equipes se enfrentaram 25 vezes, com apenas uma vitória do Vasco. A lista de conquistas importantes do Timão sobre o rival cruz-maltino inclui:
- A final do Mundial de Clubes de 2012, vencida no Maracanã.
- Cinco confrontos eliminatórios, incluindo as quartas de final da Libertadores de 2012.
Fábio Altman não hesitou em classificar o Vasco como uma das "grandes freguesias" do Corinthians no futebol brasileiro, o que adiciona uma camada extra de pressão psicológica para a equipe carioca nesta final.
O impacto da campanha corintiana e o drama do mata-mata
A análise se estendeu para o impacto mais amplo da campanha do Corinthians em 2025. Altman observou que o clube pode fechar o ano com um saldo extremamente positivo, que vai além da final da Copa do Brasil. A eliminação do Palmeiras no torneio nacional, a conquista do Campeonato Paulista e o papel indireto na eliminação do São Paulo da Libertadores são fatores que, segundo ele, pintam um cenário de sucesso.
O Bola Quadrada concluiu que esta final reúne ingredientes raros e fascinantes: dois clubes de massa, uma rivalidade com retrospecto desequilibrado e um título sendo disputado em um momento incomum. Para Segalla e Altman, este cenário é a prova máxima do caráter imprevisível e dramático da Copa do Brasil, onde a lógica do mata-mata pode surpreender a qualquer momento. Apesar da esmagadora estatística a favor do Corinthians, como ponderou Altman, toda freguesia um dia acaba – os torcedores alvinegros esperam apenas que não seja nesta decisão.