Comissões de empresários no futebol batem recorde de US$ 1,37 bilhão em 2025
Comissões de agentes no futebol batem recorde em 2025

O mercado de transferências do futebol mundial registrou um marco histórico em 2025, com os clubes desembolsando um valor sem precedentes em comissões para empresários de jogadores. Segundo dados oficiais divulgados pela FIFA (Federação Internacional de Futebol), os pagamentos a agentes atingiram a cifra de US$ 1,37 bilhão, o equivalente a aproximadamente R$ 7,5 bilhões.

Um salto de 90% e a hegemonia europeia

O montante representa um aumento expressivo de 90% em relação ao faturamento do ano anterior, que havia sido de cerca de US$ 890 milhões (R$ 4,9 bilhões). Esse crescimento vertiginoso foi impulsionado, sobretudo, pela movimentação financeira dos clubes da Premier League inglesa, a liga mais rica do planeta.

As equipes filiadas à UEFA (União das Associações Europeias de Futebol) concentraram a maior parte dos gastos globais, com a Inglaterra na dianteira. Sozinhos, os clubes ingleses investiram mais de US$ 375 milhões (R$ 2,07 bilhões) em comissões, deixando para trás outras potências do continente. A Alemanha aparece na segunda posição, com desembolsos de US$ 165 milhões (R$ 911 milhões).

O papel do Brasil: exportador de talentos e de agentes

Embora o Brasil não figure entre as nações que mais gastam com agentes por meio de seus clubes, os empresários brasileiros tiveram uma atuação de destaque no cenário internacional. Eles aparecem entre os cinco profissionais que mais receberam comissões no futebol masculino, com um total aproximado de US$ 97,2 milhões (R$ 536 milhões), ficando atrás apenas de colegas do Reino Unido, França, Itália e Espanha.

Esse cenário, conforme aponta o relatório da FIFA, reflete claramente a função do país como um grande exportador de talentos e também de agentes influentes, em vez de um mercado consumidor que paga altas comissões em negociações internas.

Recorde de transferências e disparidade de gênero

O estudo também destacou um número recorde de operações internacionais envolvendo agentes. Em 2025, eles participaram de 3.010 transferências em nome de clubes, um aumento de 38,1% sobre 2024. Quando atuando em representação dos atletas, os empresários intermediaram outras 3.730 transferências.

Um dado revela a concentração de valores: embora quase 90% das comissões individuais tenham ficado abaixo de US$ 1 milhão, apenas 348 operações (menos de 11% do total) foram responsáveis por 68,4% de todo o dinheiro pago em taxas de serviço.

Patricio Varela, chefe do departamento de agentes da FIFA, comentou os números: "Os dados deste ano confirmam a crescente relevância dos agentes de futebol no futebol profissional. Esperamos que essa tendência continue no próximo ano, o que reforça a importância de termos um Regulamento de Agentes da FIFA abrangente e aplicável."

O futebol feminino também apresentou um avanço significativo, mas que ainda evidencia um abismo estrutural. Os gastos com comissões no esporte feminino superaram US$ 6,2 milhões (R$ 34,2 milhões) em 2025, mais que o dobro do valor de 2024. Apesar do crescimento expressivo (mais de 13 vezes em relação a 2020), o montante é ínfimo se comparado aos US$ 1,37 bilhão movimentados no futebol masculino.

Contexto nacional: Em um ano de grandes conquistas no campo, o Flamengo faturou mais de R$ 400 milhões em premiações na temporada 2025, após vencer o Campeonato Carioca, a Supercopa do Brasil, a Copa Libertadores e o Campeonato Brasileiro.