A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) definiu uma longa interrupção para o Campeonato Brasileiro de 2026. A competição nacional ficará paralisada por 52 dias, entre 1º de junho e 22 de julho do referido ano, para ceder espaço à disputa da Copa do Mundo FIFA.
Detalhes do calendário e a pausa mundialista
A tabela com as datas-base foi divulgada pela entidade máxima do futebol brasileiro nesta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025. A pausa está estrategicamente posicionada entre a 17ª e a 18ª rodadas do torneio. A medida visa atender aos calendários oficiais da FIFA e da CONMEBOL, conforme estabelecido no artigo 36 do regulamento da competição.
O documento da CBF deixa claro que as datas "foram definidas observando os calendários e datas oficiais da Conmebol e da Fifa". A Copa do Mundo de 2026, que será sediada no Canadá, Estados Unidos e México, ocorrerá entre 11 de junho e 19 de julho. A parada mais longa do Brasileirão garante, portanto, um período para que os atletas convocados se apresentem às suas seleções com antecedência para a preparação final.
Flexibilidade e possíveis alterações
Apesar do calendário divulgado, a CBF ressalva que ele não é imutável. No mesmo artigo 36, a confederação informa que a tabela pode ser alterada em cenários específicos. Mudanças nos calendários da Conmebol e da Fifa, ou a ocorrência de "razões excepcionais", são fatores que podem levar a ajustes nas datas previstas.
Essa flexibilidade é comum no planejamento de longo prazo do futebol, que precisa se adaptar a compromissos internacionais e a eventuais imprevistos. A definição antecipada, no entanto, permite que clubes, federações e a mídia organizem seus planejamentos para a temporada de 2026, que terá seu clímax interrompido pelo maior evento do futebol global.
Contexto político na gestão do futebol
O anúncio do calendário ocorre em um momento de tensão política dentro de uma das principais entidades do futebol brasileiro. Paralelamente à divulgação da tabela, ganha força um movimento de oposição visando a destituição de Júlio Casares da presidência do São Paulo Futebol Clube, após um escândalo envolvendo camarotes.
Conforme apurado, a oposição é composta por 55 conselheiros, número que supera em cinco as assinaturas necessárias para dar início ao processo de destituição. Membros do grupo avaliam que o maior desafio não será a abertura do procedimento, mas sim conseguir o apoio de 171 dos 255 conselheiros (dois terços do total) para a aprovação final da medida.
Essa crise de governança em um grande clube ilustra o complexo cenário administrativo do futebol nacional, que segue seu curso enquanto se prepara para se moldar ao calendário da Copa do Mundo de 2026, um ano que promete ser atípico e repleto de desafios logísticos e esportivos para todas as equipes do Brasileirão.