Uma nova operação da Polícia Federal nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, marcou mais um capítulo nas investigações sobre um grande esquema de fraudes dentro do Instituto Nacional do Seguro Social. A ação resultou na prisão de um dos principais nomes ligados ao caso e em buscas no gabinete de um senador, enquanto, em outro front político, o presidente Lula se posicionou firmemente contra um projeto de lei que beneficia condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Operação da PF mira núcleo do esquema no INSS
A Polícia Federal prendeu o empresário Romeu Carvalho Antunes, identificado como filho de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", uma figura central nas investigações. Além disso, o número dois do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi encaminhado para cumprir prisão domiciliar.
Os agentes federais também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão. A PF chegou a solicitar a prisão preventiva do parlamentar, mas o pedido foi negado pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal. A operação desta quinta-feira foi autorizada pelo próprio ministro Mendonça e faz parte da apuração sobre um sistema de descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS, um esquema que desviou vultosas quantias.
Lula é taxativo: veto ao PL da Dosimetria é certo
Em um desenvolvimento paralelo, mas com igual peso político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, de maneira categórica, que vai vetar integralmente o Projeto de Lei da Dosimetria. O texto, aprovado pelo Senado na noite de quarta-feira, 17, prevê a redução de penas para condenados pelos eventos do dia 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que poderia deixar o regime fechado em pouco mais de dois anos caso a medida seja efetivada.
Lula deixou claro que nunca houve qualquer tipo de acordo com o governo sobre esse tema e declarou que "não é segredo para ninguém" sua intenção de vetar o projeto "assim que chegar à sua mesa". A declaração do presidente joga a bola para o Congresso Nacional, que tem o poder de derrubar o veto presidencial.
O caminho político após o veto
Para derrubar o veto de Lula ao PL da Dosimetria, será necessário um quórum elevado e um esforço político considerável. É preciso que a maioria absoluta dos deputados federais e dos senadores vote a favor da derrubada, em votações separadas nas duas casas legislativas. Caso o veto seja mantido ou derrubado, especialistas em direito constitucional não descartam que a discussão final sobre a constitucionalidade da matéria acabe sendo resolvida no plenário do Supremo Tribunal Federal.
Os dois episódios – a operação da PF no caso do INSS e o iminente veto presidencial – ilustram um dia de intensa movimentação nas esferas da Justiça e da política brasileira, com desdobramentos que devem ecoar nas próximas semanas.
