O senador Weverton Rocha (PDT-MA) afirmou ter recebido "com surpresa" a Polícia Federal em sua residência no Lago Sul, em Brasília, na manhã desta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça e faz parte das investigações do esquema de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões do INSS, um escândalo que movimenta bilhões de reais.
Detalhes da operação policial
A operação desta quinta-feira não se limitou à residência do parlamentar. Em paralelo, a Polícia Federal prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", uma figura central no suposto esquema. Outra medida de impacto foi a decretação de prisão domiciliar para Adroaldo Portal, que ocupava o cargo de número dois do Ministério da Previdência.
O senador Weverton, que é relator da indicação de Jorge Messias ao STF no Senado e aliado do presidente Lula e do senador Davi Alcolumbre, declarou que se coloca à disposição das autoridades. Ele prometeu esclarecer eventuais dúvidas "com serenidade", assim que tiver acesso integral à decisão judicial que fundamentou a medida.
Repercussões políticas e demissão
As consequências da operação foram imediatas no âmbito do Poder Executivo. Pouco depois das ações da PF, o ministro Wolney Queiroz (PDT) assinou a demissão de Adroaldo Portal do cargo de secretário-executivo do Ministério da Previdência. A saída foi a primeira reação governamental ao avanço das investigações que atingem a pasta.
A investigação, que tem como relator no STF o ministro André Mendonça, apura um complexo sistema de desvios. As suspeitas recaem sobre a formação de uma organização que aplicava descontos irregulares em benefícios previdenciários, desviando valores que, segundo as apurações iniciais, podem chegar a bilhões de reais dos cofres públicos.
Contexto e próximos passos
O caso coloca sob os holofotes a atuação de uma suposta organização criminosa com ramificações dentro da máquina pública. A prisão do filho do "Careca do INSS" e a medida contra um alto funcionário do ministério indicam que as investigações avançam para o núcleo operacional do esquema.
O senador Weverton Rocha, até o momento, não foi alvo de prisão, apenas do mandado de busca e apreensão. Sua posição como relator de uma indicação vital para o governo no Senado adiciona um componente político sensível ao caso. A expectativa é que novos desdobramentos ocorram nas próximas horas, à medida que a PF analise o material apreendido.