Laudo da PF confirma tentativa de Bolsonaro violar tornozeleira
Perícia confirma que Bolsonaro tentou violar tornozeleira

Um laudo pericial do Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal confirmou oficialmente, nesta quarta-feira (17), que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou violar a tornozeleira eletrônica que utilizava durante seu regime de prisão domiciliar. O documento foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do processo.

Detalhes da tentativa de violação

O caso veio à tona após a própria confissão de Bolsonaro, no dia 22 de novembro, de que usou um ferro de solda para tentar romper o equipamento eletrônico. A perícia técnica, solicitada para investigar a alegação, atestou a veracidade do fato.

Os peritos federais constataram danos significativos na capa plástica da tornozeleira. Em seu relatório, eles afirmam que "testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificados". O laudo também ressalta que não foram realizados testes com outras ferramentas, indicando que a investigação se concentrou no método confessado.

Execução "grosseira" e sem precisão técnica

Um dos pontos destacados pelos peritos foi a natureza amadora da tentativa. O documento aponta que a ação foi realizada de forma rudimentar. "Destaca-se que os danos no material questionado apresentam características de execução grosseira, o que sugere que a ferramenta foi utilizada sem precisão técnica", descreveram os profissionais no laudo.

Essa observação reforça a descrição de uma tentativa de violação caseira, distante de um procedimento técnico ou especializado.

Contexto da prisão e condenação

Jair Bolsonaro atualmente está detido em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele cumpre uma pena de 27 anos e três meses de prisão, decretada pela sua condenação na ação penal relacionada à trama golpista que investigava atos contra a democracia.

A tentativa de violar a tornozeleira ocorreu durante um período anterior, quando ele cumpria prisão domiciliar. O episódio levou à revogação do benefício e à sua recondução à custódia em unidade da PF.

Com o laudo pericial em mãos, o ministro Alexandre de Moraes passa a ter um elemento técnico concreto sobre o incidente, que poderá ser considerado no andamento processual do ex-presidente. O fato ilustra mais um capítulo conturbado na fase de cumprimento de pena do ex-mandatário, marcada por confrontos com a Justiça e medidas restritivas.