Em uma nova escalada de pressão política, congressistas democratas dos Estados Unidos divulgaram publicamente mais imagens do arquivo do caso Jeffrey Epstein. O objetivo da ação é forçar o governo do presidente Donald Trump a liberar todos os documentos sob sua custódia relacionados ao criminoso sexual condenado, que morreu na prisão em 2019.
Pressão política e prazo final
A divulgação estratégica das 68 fotografias ocorreu na véspera do prazo final estabelecido para que a administração Trump tornasse públicos os arquivos. As imagens fazem parte de um lote monumental de 95 mil itens do espólio de Epstein que foram entregues aos investigadores do Congresso. "É tempo de o Departamento de Justiça divulgar os arquivos", declararam os parlamentares democratas, membros de uma influente comissão da Câmara dos Representantes, através da rede social X.
A postura do presidente Trump sobre o caso tem sido volátil. Durante sua bem-sucedida campanha para a reeleição em 2024, ele prometeu revelações explosivas sobre a investigação envolvendo Epstein, bilionário com quem manteve amizade por décadas. No entanto, após retornar à Casa Branca, Trump mudou o tom e classificou o caso como uma "farsa" orquestrada pela oposição democrata.
Conteúdo das imagens e figuras públicas
Diante da intransigência de alguns republicanos e da crescente demanda da opinião pública, o próprio Trump acabou por assinar, em novembro, uma lei que obriga seu governo a divulgar todos os documentos relacionados a Epstein. A morte do financista, encontrado enforcado em sua cela em Nova York em 10 de agosto de 2019, continua a alimentar teorias da conspiração, incluindo a de que ele foi assassinado para abafar um escândalo que envolveria personalidades poderosas.
As fotos divulgadas nesta nova leva mostram Epstein em diversos contextos sociais. Em uma delas, ele aparece em um escritório ao lado de Steve Bannon, ex-estrategista-chefe de Trump. Outras imagens o mostram posando com o cineasta Woody Allen e com o intelectual Noam Chomsky, aparentemente a bordo de um jato privado.
O material também inclui fotografias de passaportes e cartões de identidade pertencentes a mulheres da Ucrânia, Rússia e África do Sul, com seus nomes e fotos deliberadamente rasurados. É importante notar que as ligações entre Epstein e as pessoas retratadas já eram de conhecimento público, e nenhuma das novas imagens parece retratar atividade criminosa explícita.
Repercussão e próximos passos
Esta não é a primeira divulgação feita pelos democratas. Na semana passada, eles já haviam liberado um conjunto de fotos que incluía o ex-presidente Bill Clinton, o próprio Donald Trump e o ex-príncipe britânico Andrew. Figuras como Bill Gates, da Microsoft, e Richard Branson, do Grupo Virgin, também estavam entre os retratados anteriormente.
Donald Trump, por sua vez, sempre negou veementemente qualquer conhecimento sobre as atividades criminosas de Epstein. Ele afirma ter rompido laços com o financista no início dos anos 2000, muito antes do início das investigações judiciais que culminaram na condenação de Epstein.
O foco agora está no cumprimento da lei assinada por Trump e na liberação integral dos documentos. A pressão do Congresso e a atenção da mídia garantem que o caso Epstein permanecerá no centro do debate político americano, testando a transparência do governo e a resiliência das instituições diante de um dos escândalos mais sombrios das últimas décadas.