Relator da CPMI do INSS vê 'grande chance' de envolvimento de Lulinha em fraudes
CPMI do INSS: Relator pede convocação de Lulinha

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deputado Alfredo Gaspar (União-AL), protocolou um novo pedido para convocar Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido ocorre após novas descobertas da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).

Novas provas e a 'mesada' de R$ 300 mil

A movimentação da CPMI ganhou novo fôlego após a fase mais recente da operação policial, realizada na quinta-feira, 18 de dezembro de 2025. As investigações apuraram o pagamento recorrente de uma quantia de R$ 300 mil mensais a uma empresa ligada à empresária Roberta Luchsinger, apontada como amiga de Lulinha.

Um dos personagens centrais do esquema de fraudes, Antonio Carlos Antunes, o 'Careca do INSS', teria citado em depoimento que o valor seria destinado ao 'filho do rapaz'. Para o relator Alfredo Gaspar, essas novas evidências financeiras são concretas e precisam ser investigadas a fundo pela comissão.

Segunda tentativa de convocação e fala do relator

Esta será a segunda vez que a CPMI tentará ouvir o filho do presidente. Ele é investigado por uma suposta participação no esquema de desvios de benefícios previdenciários que, segundo as apurações, somou R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.

Em declarações, o deputado Alfredo Gaspar foi enfático. 'Os recursos financeiros indicam uma probabilidade muito grande de ser vantagem indevida', afirmou. Ele ainda acrescentou que 'as provas têm fundamentos concretos' contra Lulinha, justificando a necessidade do novo depoimento.

Prorrogação da CPMI e posicionamento do presidente Lula

Paralelamente ao pedido de convocação, também foi protocolado, na sexta-feira (19), um requerimento para prorrogar os trabalhos da CPMI por mais 120 dias. Se aprovado, isso significa que os depoimentos, incluindo o de Fábio Luís, só ocorrerão no ano de 2026.

Questionado sobre o caso durante um café da manhã com jornalistas, o presidente Lula afirmou que todas as pessoas envolvidas no esquema serão investigadas. 'Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu envolvido nisso, ele será investigado', declarou o petista, reforçando que o processo deve seguir seu curso legal sem qualquer tipo de privilégio.

A CPMI do INSS segue como um dos principais fronts de investigação do Congresso Nacional sobre um dos maiores escândalos de corrupção envolvendo recursos da Previdência Social, com desdobramentos que continuam a surgir e a impactar a cena política nacional.