O rapper e produtor musical Sean "Diddy" Combs entrou com um pedido de soltura imediata junto à Justiça dos Estados Unidos, contestando a validade de sua condenação a 50 meses de prisão. A informação foi divulgada pela imprensa americana na quarta-feira, 24 de setembro.
Recurso de 84 páginas questiona sentença
A defesa do artista protocolou um recurso extenso, com 84 páginas, segundo reportagem do site da revista "Variety". O documento argumenta que a punição aplicada pelo tribunal federal foi excessiva e se baseou em interpretações que ultrapassaram o veredito do júri.
A advogada de Combs, Alexandra A.E. Shapiro, foi enfática ao criticar a atuação do juiz Aran Subramanian. Ela afirmou que o magistrado teria atuado como um "décimo terceiro jurado", ignorando a decisão final dos jurados.
O recurso ressalta que o juiz concluiu que Diddy teria "coagido e explorado" mulheres e liderado uma conspiração criminosa, acusações das quais ele foi considerado inocente pelo júri. A defesa alega que, para os crimes pelos quais ele foi efetivamente condenado, as sentenças costumam ser inferiores a 15 meses, mesmo em casos com comprovação de coerção.
Histórico da condenação e polêmicas
A condenação de Diddy ocorreu em julho, quando ele foi considerado culpado por duas acusações de transporte para fins de prostituição. No entanto, o artista foi absolvido de crimes mais graves, como tráfico sexual e extorsão, que carregam penas potencialmente muito mais severas.
Durante a audiência de sentença em outubro, o juiz Subramanian deixou claro que o histórico de violência do rapper influenciou sua decisão. Ele citou especificamente as imagens de 2016 que mostram Combs agredindo sua ex-companheira, a cantora Casandra "Cassie" Ventura.
Na ocasião, o magistrado afirmou que a mesma força usada para ferir mulheres deveria ser usada para ajudá-las, encorajando Combs a aproveitar sua "segunda chance".
Nova estratégia da defesa e situação atual
Além de questionar a duração da pena, a defesa agora tenta reverter a condenação utilizando um argumento baseado na Primeira Emenda da Constituição americana. Os advogados alegam que as interações sexuais e as filmagens realizadas por Combs estariam protegidas pelo direito à liberdade de expressão.
Vale notar que esta mesma tese já havia sido descartada anteriormente pelo tribunal. Atualmente, Sean Combs cumpre sua pena no Instituto Correcional Federal Fort Dix, localizado em Nova Jersey.
Caso o recurso não seja aceito, a data de libertação do artista está prevista apenas para maio de 2028, mantendo-o atrás das grades por mais alguns anos. O caso continua a atrair atenção significativa da mídia e do público, levantando debates sobre o sistema judicial e a aplicação de penas.