O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma ordem direta ao seu ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante a reunião ministerial da última quarta-feira, 17 de dezembro de 2025. O mandatário orientou que o chanceler não se ausente do país ou viaje para locais distantes durante o período das festas de fim de ano.
Motivo da ordem presidencial: a ameaça de Trump
A razão para essa determinação incomum é a crescente tensão internacional envolvendo os Estados Unidos e a Venezuela. O governo brasileiro está apreensivo com a possibilidade de um ataque militar ordenado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, contra o território venezuelano. A preocupação é que uma escalada do conflito possa ocorrer justamente no recesso de final de ano, exigindo pronta resposta diplomática do Brasil.
Na quinta-feira, 18 de dezembro, o próprio Lula comentou publicamente a situação. Ele afirmou que ainda pretende buscar um diálogo direto com Trump na tentativa de evitar uma ação bélica contra Caracas. “Não queremos guerra no nosso continente”, declarou o presidente petista, destacando a inquietação do governo brasileiro. “Todo dia tem uma ameaça no jornal e nós estamos preocupados”, completou.
Busca por uma solução diplomática
Lula sinalizou que o contato com o líder dos EUA deve acontecer em breve, possivelmente antes do Natal. O objetivo é claro: explorar caminhos pacíficos. “Agora, vai chegar o Natal e talvez eu tenha que conversar com Trump outra vez para saber o que é possível o Brasil contribuir para um acordo diplomático e não para a guerra”, explicou o presidente.
A orientação para que Mauro Vieira permaneça com mobilidade restrita e próxima ao Brasil reflete o alto estado de alerta no Itamaraty. A medida assegura que a cúpula da diplomacia brasileira esteja disponível para tomadas de decisão rápidas e para articular esforços regionais ou internacionais, caso a crise se agrave.
Impacto e próximos passos
A decisão altera os planos pessoais e oficiais do chanceler para o período, mas sublinha a seriedade com que o Palácio do Planalto encara a ameaça de conflito. O Brasil, que historicamente defende a solução pacífica de controvérsias, posiciona-se como um ator potencialmente mediador, embora ciente dos desafios.
A situação coloca o continente sul-americano sob a perspectiva de uma instabilidade geopolítica grave, com possíveis reflexos humanitários, econômicos e de segurança. Enquanto isso, a ordem de Lula a Mauro Vieira simboliza a preparação do país para um cenário de emergência diplomática no fim de 2025.