Queimadas no Piauí disparam 48% em 2025, com 3.250 incêndios florestais registrados
Queimadas no Piauí aumentam 48% em 2025

O estado do Piauí enfrenta um cenário crítico de queimadas no ano de 2025, com um aumento expressivo no número de ocorrências registradas pelas autoridades. Os dados oficiais apontam para uma piora significativa da situação, impulsionada por condições climáticas adversas.

Números revelam crescimento alarmante

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí (CBMPI) contabilizou 3.250 incêndios florestais entre 1º de janeiro e 10 de dezembro de 2025. Esse valor representa um aumento de 48% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram registrados 2.186 casos.

O levantamento do CBMPI também indica crescimento nos registros de incêndios em áreas urbanas e no número de operações de resgate realizadas. As informações são reforçadas por monitoramento por satélite. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) identificou 11.618 focos de calor no território piauiense até 18 de dezembro, uma alta de 7% sobre os 10.587 focos detectados em 2024.

Este crescimento reacende o alerta das autoridades e da população, após um período de queda que havia sido observado no ano anterior.

Estrutura de combate e atuação das brigadas

Com um efetivo de aproximadamente 550 militares, o CBMPI mantém unidades nas cidades de Teresina, Parnaíba, Picos e Floriano. No entanto, a primeira resposta aos incêndios em muitos municípios vem das brigadas de incêndio locais. São essas equipes que, na maioria das vezes, chegam primeiro ao local e iniciam os trabalhos para conter as chamas antes que se alastrem.

Atualmente, o estado conta com uma força de mais de 1,7 mil brigadistas capacitados para atuar na prevenção e no combate direto aos incêndios florestais. A formação desses profissionais é abrangente, incluindo aulas teóricas e práticas que abordam desde o manejo correto do fogo e técnicas de combate até noções de primeiros socorros.

História de uma brigadista: inspiração e gratidão

A motivação para se tornar um brigadista muitas vezes nasce da observação e do desejo de contribuir com a comunidade. É o caso de Anna Thaís Costa de Oliveira, de 20 anos, brigadista no município de José de Freitas.

"Eu sempre via meu irmão fazendo parte da brigada, e aquilo despertou em mim uma vontade enorme de ajudar também", relata a jovem. Ela destaca a satisfação pessoal que o trabalho proporciona: "Ver a gratidão das pessoas, saber que conseguimos ajudar, proteger vidas e salvar animais. Tudo isso fez meu coração transbordar. Hoje eu sei que faço parte de algo muito maior".

A fala de Anna Thaís ilustra o papel fundamental e humano desses voluntários e profissionais que atuam na linha de frente contra um dos problemas ambientais e de segurança mais sérios do estado, especialmente em períodos de seca intensa.