Cuidar da pele queimada pelo sol já é uma tarefa incômoda para adultos. Para crianças pequenas, que muitas vezes não compreendem o que aconteceu enquanto se divertiam ao ar livre, a situação pode ser ainda mais difícil e dolorosa. Por isso, a prevenção é a chave absoluta.
Orientações essenciais da especialista
A Prof. Dra. Elisabeth Fernandes, pediatra filiada à Sociedade Brasileira de Pediatria, traz um resumo crucial para os pais: a partir dos seis meses de vida, é fundamental usar protetor solar com proteção UVA e UVB e FPS mínimo de 30, reaplicando a cada duas horas de exposição.
Ela é categórica sobre os primeiros meses: "Antes dos 6 meses, as crianças não devem ser expostas diretamente ao sol". O motivo é a extrema sensibilidade da pele, o alto risco de lesões cutâneas e o aumento da probabilidade de desenvolver câncer de pele na vida adulta. Nesta fase, a proteção deve vir de barreiras físicas: bonés, roupas com proteção UV e evitar a exposição direta.
Suplementação de vitamina D e horários seguros
A Dra. Elisabeth reconhece o papel do sol na síntese de vitamina D, mas, para bebês com menos de seis meses, recomenda a suplementação da vitamina. Ela orienta que essa suplementação seja feita "do sétimo dia de vida até os 2 anos de idade", independentemente da região do Brasil onde a família reside.
Após esse primeiro semestre, o bebê já pode aproveitar o sol, mas sempre com proteção adequada. A pediatra reforça que os horários ideais para crianças e adultos são antes das 10h ou após as 16h. O produto deve ser específico: protetor solar infantil com FPS 30 ou superior.
Por que usar protetor kids e como aplicar corretamente
A especialista enfatiza o uso de protetores solares da linha kids até os 5 anos de idade. "Geralmente, eles contêm menos substâncias químicas prejudiciais à pele da criança, menos perfume, são mais espessos e mais esbranquiçados", explica. A regra de reaplicar a cada duas horas é inflexível, principalmente se a criança suar ou entrar na água.
Um erro comum dos pais, segundo a dra. Elisabeth, é aplicar uma quantidade insuficiente do produto. Para garantir a cobertura necessária, ela compartilha uma regra prática simples usando a medida de colheres de chá:
- 2 colheres de chá para cada braço;
- 2 colheres de chá para cada perna;
- 2 colheres de chá para cada coxa;
- 2 colheres de chá para a frente do tronco;
- 2 colheres de chá para as costas (parte de trás do tronco).
Protetor e repelente: qual a ordem?
A pediatra também esclarece uma dúvida frequente: a ordem de aplicação dos produtos. O protetor solar deve ser aplicado primeiro, com 30 a 40 minutos de antecedência em relação ao repelente.
Por fim, a Dra. Elisabeth Fernandes deixa uma recomendação que vai além dos dias de praia ou piscina: o ideal é que as crianças usem protetor solar diariamente nas áreas expostas do corpo. E a melhor forma de criar esse hábito nos pequenos? "O mais fácil é que os pais deem o exemplo e usem protetor solar diariamente", conclui a especialista, destacando que a proteção é um cuidado de saúde que deve ser incorporado à rotina de toda a família.