Linfoma de Hodgkin: diagnóstico precoce é crucial, alerta médica após morte de ginasta
Morte de ginasta por linfoma de Hodgkin alerta para diagnóstico

A comunidade esportiva e a oncologia brasileira foram impactadas pela notícia do falecimento da ex-ginasta Isabelle Marciniak, aos 18 anos, vítima de um linfoma de Hodgkin. A Federação Paranaense de Ginástica comunicou a morte nesta semana, trazendo à tona uma discussão crucial sobre o diagnóstico precoce desse tipo de câncer que se origina no sistema linfático.

O que é o linfoma de Hodgkin e como ele age

O linfoma de Hodgkin é um câncer que afeta células específicas do sistema imunológico. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença começa quando os linfócitos, células de defesa do corpo, se multiplicam de forma desordenada e anormal. Esse processo atinge principalmente os linfonodos, conhecidos como gânglios, mas pode se espalhar para órgãos como baço e timo.

Uma característica marcante que diferencia este linfoma de outros é a presença das células de Reed-Sternberg em exames microscópicos. Essas células, que são linfócitos transformados, funcionam como uma verdadeira "assinatura" da doença. Sua identificação em uma biópsia é decisiva para confirmar o diagnóstico e definir a estratégia terapêutica mais adequada.

Sinais sutis e a importância da atenção

Um dos grandes desafios no combate ao linfoma de Hodgkin é o seu início muitas vezes silencioso. O sintoma mais comum é o aparecimento de ínguas ou caroços indolores, geralmente na região do pescoço, axilas ou virilha. Por não doerem, esses sinais podem ser ignorados ou confundidos com infecções simples, atrasando a busca por ajuda médica.

Com a progressão da doença, outros sintomas podem surgir e servem como alerta:

  • Febre persistente sem causa aparente.
  • Perda de peso significativa e não intencional.
  • Cansaço extremo e constante.
  • Suores noturnos intensos.
  • Aumento do volume abdominal.

A médica Camila Marca reforça que a persistência desses sinais por semanas é um motivo claro para procurar investigação especializada. O diagnóstico precoce é um fator determinante para o sucesso do tratamento.

Tratamento e altas chances de cura

Após a confirmação por biópsia, exames de imagem ajudam a estadiar a doença, ou seja, a definir sua extensão no corpo. O tratamento, conforme explica o Hospital Sírio-Libanês, varia conforme a idade do paciente, o estágio do linfoma e seu estado geral de saúde.

As principais opções terapêuticas incluem:

  • Quimioterapia, frequentemente a base do tratamento.
  • Radioterapia, usada de forma isolada ou combinada.
  • Anticorpos monoclonais.
  • Quimioterapia em altas doses seguida de transplante de medula óssea, para casos específicos.

A boa notícia é que o linfoma de Hodgkin é considerado um dos cânceres com maiores taxas de cura na oncologia. De acordo com o Hospital Oswaldo Cruz, a maioria dos pacientes atinge remissão completa com o tratamento inicial. Para casos que não respondem à primeira linha ou que retornam, existem estratégias avançadas, como a terapia CAR-T cell, onde células de defesa do próprio paciente são modificadas em laboratório para atacar o tumor.

A trágica perda de Isabelle Marciniak, uma jovem atleta no auge de sua forma física, serve como um alerta poderoso: o câncer não escolhe perfil e seus sinais iniciais podem ser sutis. A conscientização sobre os sintomas e a procura rápida por um médico ao notar qualquer alteração persistente no corpo são passos fundamentais para mudar o curso dessa doença.