Bolsonaro deixa prisão da PF para cirurgia de hérnia inguinal no Natal
Bolsonaro deixa prisão para cirurgia no hospital DF Star

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a carceragem da Polícia Federal em Brasília na manhã desta quarta-feira, 24 de dezembro, para ser internado e passar por uma cirurgia. Ele cumpre pena por condenação relacionada a tentativa de golpe de Estado e seguirá para o hospital particular DF Star, onde o procedimento está marcado para o dia de Natal, 25 de dezembro.

Autorização judicial e detalhes da cirurgia

A transferência e a internação foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O magistrado concedeu a permissão para a realização de uma cirurgia eletiva de correção de hérnia inguinal bilateral na última sexta-feira, 19 de dezembro. A data específica foi confirmada após pedido da defesa do ex-presidente, apresentado na terça-feira, 23 de dezembro.

Segundo o cirurgião Claudio Birolini, a hérnia inguinal é uma condição na qual um tecido da região abdominal se projeta, formando uma protuberância na virilha. O médico afirmou que a operação possui algum grau de complexidade, mas apresenta baixo índice de morbidade. A estimativa é que o procedimento dure entre três e quatro horas, com um período de internação previsto de cinco a sete dias, dependendo da recuperação do paciente.

Segurança rigorosa e regras durante a internação

O despacho do ministro Alexandre de Moraes estabeleceu um esquema de segurança detalhado. O transporte e a vigilância do ex-presidente são de responsabilidade exclusiva da Polícia Federal, que deve agir de forma discreta. O desembarque no hospital deve ocorrer diretamente na garagem do estabelecimento.

A PF ficará encarregada da segurança de Bolsonaro e do hospital durante toda a internação. Pelo menos dois policiais federais ficarão posicionados na porta do quarto hospitalar ininterruptamente, além de outras equipes que forem julgadas necessárias nas áreas internas e externas do DF Star.

As regras determinadas pelo STF também incluem a proibição da entrada de computadores, celulares ou qualquer dispositivo eletrônico no quarto, exceto equipamentos médicos. A única pessoa autorizada a acompanhar Bolsonaro durante toda a internação é sua esposa, Michelle Bolsonaro. Qualquer outra visita dependerá de autorização judicial prévia. A defesa havia solicitado que os filhos Carlos e Flávio Bolsonaro fossem liberados como acompanhantes secundários, mas o pedido não foi atendido.

Contexto da prisão e decisão sobre saúde

A decisão de Moraes foi baseada em um laudo pericial médico da Polícia Federal, que atestou a necessidade de Bolsonaro ser submetido à cirurgia eletiva o mais rápido possível. O próprio ministro havia determinado a realização dessa perícia.

Na mesma decisão que autorizou a internação, Moraes negou um pedido de prisão domiciliar feito pela defesa com base na condição de saúde do ex-presidente. O magistrado argumentou que Bolsonaro está "custodiado em local de absoluta proximidade com o hospital particular" onde realiza atendimentos emergenciais. Ele destacou que a Superintendência da PF em Brasília está, inclusive, mais perto do hospital do que a residência do ex-presidente, não prejudicando um deslocamento de emergência.

Jair Bolsonaro está preso nas dependências da Polícia Federal em Brasília desde o mês de novembro, cumprindo pena relacionada a processos por tentativa de golpe de Estado.