O ano de 2025 ficará marcado na história por uma série de eventos de grande impacto no Brasil e no mundo. De mudanças geopolíticas e decisões judiciais históricas no país a conquistas culturais e crises internacionais, os últimos doze meses foram um turbilhão de acontecimentos.
Política Internacional e a Volta de Trump
Donald Trump retornou à Presidência dos Estados Unidos com uma postura agressiva em política externa e doméstica. Logo nos primeiros dias de mandato, cumpriu promessas de campanha que abalaram acordos globais. A saída dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas foi uma das primeiras medidas, seguida pela revogação de decretos do governo anterior de Joe Biden.
Na economia, Trump impôs tarifas a diversos parceiros comerciais. O Brasil foi um dos afetados, com uma sobretaxa inicial de 50% aplicada a centenas de produtos de exportação para o mercado norte-americano. Segundo a Amcham Brasil, a medida tinha potencial para impactar quase 10 mil empresas brasileiras. Após meses de negociações, que incluíram um encontro entre Trump e o presidente Lula, vários itens foram retirados da lista, amenizando os efeitos.
A China reagiu ao "tarifaço" com medidas retaliatórias, aumentando o temor de uma recessão econômica global. Internamente, a administração Trump retomou operações contra imigrantes ilegais, suspendeu políticas de proteção aos direitos LGBTQIA+ e assinou um decreto que libertou pessoas envolvidas na invasão ao Capitólio em 2021. No cenário internacional, a tensão com o regime de Nicolás Maduro na Venezuela foi ampliada, elevando o clima de confronto na América Latina.
Brasil: Justiça, Crime e Conquistas
O Brasil viveu um capítulo histórico em seu Judiciário. O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou e determinou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de militares por envolvimento em tentativa de golpe de Estado. A decisão, inédita no país, gerou reações internacionais. Aliados de Bolsonaro tentaram mobilizar apoio externo, e o governo Trump chegou a usar a Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, embora tenha suspendido a decisão em dezembro.
Bolsonaro, que passou a usar tornozeleira eletrônica, tentou violar o equipamento com um ferro de solda, conforme relatou a Polícia Federal e admitiu ele próprio à diretora do sistema penitenciário.
No front da segurança pública, o país enfrentou desafios graves. Uma megaoperação nas favelas da Penha e do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, tornou-se uma das mais letais da história do estado, com corpos sendo encontrados em áreas de mata. O ano também escancarou a infiltração do crime organizado nas estruturas de poder, com a prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar, por suspeita de vazamento de informações sigilosas. Em Praia Grande, litoral de São Paulo, o assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz, atribuído ao PCC, reforçou o poder das facções.
Saúde, Meio Ambiente e Cultura
A saúde dos brasileiros enfrentou alertas com casos de intoxicação por metanol, decorrentes de bebidas adulteradas, que causaram mortes e internações. Outros episódios trágicos, como a morte de uma criança após o "desafio do desodorante", chocaram o país. A violência contra mulheres atingiu números alarmantes, com mais de mil casos de feminicídio registrados em 2025.
No âmbito ambiental, a COP30, realizada em Belém, terminou sem um plano claro para a substituição de combustíveis fósseis, mas apresentou avanços no financiamento para adaptação a eventos climáticos extremos.
Na cultura, foi um ano de celebração. O Brasil conquistou seu primeiro Oscar com o filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, pelo qual a atriz Fernanda Torres foi indicada à Melhor Atriz. O cinema nacional brilhou em outros festivais: "O Agente Secreto" teve três indicações ao Globo de Ouro, Kleber Mendonça Filho venceu o prêmio de Melhor Diretor em Cannes, e "O Último Azul" ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim.
Cenário Global: Conflitos e Mudanças
O mundo seguiu marcado por tensões. No Vaticano, a fumaça branca da Capela Sistina anunciou a eleição do Papa Leão XIV. No Oriente Médio, as tentativas de cessar-fogo entre Israel e o Hamas avançaram e recuaram, com a ONU classificando a Faixa de Gaza como a região mais faminta do mundo. Houve ainda confrontos diretos entre Irã e Israel.
Na Europa Oriental, a guerra entre Rússia e Ucrânia seguiu sem solução, embora diplomatas russos e americanos tenham retomado discussões por paz no final do ano, sem um acordo concreto.
Em resumo, 2025 foi um ano de contrastes profundos, entre conquistas históricas e desafios complexos, que redefiniram rumos no Brasil e no cenário internacional.