CIA lidera 1ª operação militar dos EUA na Venezuela contra narcotráfico
EUA realizam primeira operação militar dentro da Venezuela

A política externa dos Estados Unidos para a Venezuela deu um passo sem precedentes na semana passada. Pela primeira vez, forças americanas conduziram uma ação militar em solo venezuelano, em uma operação que carrega a assinatura da Agência Central de Inteligência (CIA).

O Ataque ao Cais do Narcotráfico

O alvo foi um cais localizado em território venezuelano, supostamente utilizado pelo poderoso grupo criminoso Tren de Aragua para armazenar e embarcar cargas de drogas. De acordo com informações do New York Times e de pessoas familiarizadas com a operação, o ataque não resultou em mortes, pois ninguém estava presente no local no momento da ação.

O presidente americano, Donald Trump, confirmou publicamente a responsabilidade dos Estados Unidos. Em declarações à imprensa em Mar-a-Lago, na Flórida, em 30 de dezembro de 2025, Trump descreveu: “Houve uma grande explosão na área do cais onde eles carregam os barcos com drogas. Então atingimos os barcos e agora atingimos a área de implementação, que não existe mais”. Ele, no entanto, não detalhou os métodos ou a agência executora.

Uma Escalada na Pressão contra Maduro

Analistas internacionais veem a ação como uma escala significativa na campanha de Washington contra o governo de Nicolás Maduro. Até então, as medidas se limitavam a sanções econômicas severas e à apreensão de embarcações suspeitas em águas internacionais.

Esta operação militar direta no território venezuelano representa um novo patamar de ingerência e demonstração de força. O governo de Caracas não emitiu um comunicado oficial, mas o ministro do Interior, Diosdado Cabello, reagiu duramente, condenando o que classificou como “loucura imperial” e citando meses de assédio e ameaças por parte dos EUA.

A ação parece unificar dois alvos prioritários da administração Trump: o cartel Tren de Aragua e o regime de Maduro. Embora Washington alegue vínculos estreitos entre ambos, fontes de inteligência americanas ainda têm reservas sobre a extensão dessa conexão.

Contexto Geopolítico e Repercussões

O ataque sinaliza um momento crítico nas relações dos EUA com a América Latina. A utilização de drones armados, uma tática comum em teatros de operação como Paquistão e Iêmen durante o governo Obama, agora chega ao continente americano, levantando questões sobre os limites da intervenção.

Não está claro se o drone utilizado pertencia à CIA ou foi emprestado pelo Pentágono, já que autoridades militares se recusaram a comentar o caso.

O contexto é ainda mais tenso devido à acusação formal que os EUA mantêm contra Maduro e ao aumento da recompensa por informações que levem à sua captura para a cifra recorde de US$ 50 milhões, anunciado em 2025.

As implicações desta primeira operação terrestre são profundas, redefinindo as regras do jogo na complexa disputa geopolítica que envolve narcotráfico, intervenção estrangeira e a crise de poder na Venezuela. O episódio coloca uma pressão imensa sobre Maduro e estabelece um precedente perigoso para a soberania nacional na região.