O mercado financeiro revisou para baixo sua expectativa para a inflação oficial de 2025, projetando agora um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,32% ao final do ano. O dado, divulgado pelo Boletim Focus do Banco Central nesta segunda-feira (29), fica abaixo do limite superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Inflação em trajetória de queda
Esta é a sétima semana consecutiva em que as projeções para o IPCA recuam. Há uma semana, a previsão era de 4,33%, e há quatro semanas, de 4,43%. A meta de inflação para 2025 é de 3%, com um intervalo de tolerância que vai de 1,5% a 4,5%. Portanto, a estimativa atual de 4,32% se mantém dentro do limite.
Em novembro, o IPCA ficou em 0,18%, influenciado principalmente pela alta no preço das passagens aéreas. No mês anterior, outubro, o índice havia sido de 0,09%. Com isso, a inflação acumulada nos últimos doze meses chegou a 4,46%, também dentro da banda estabelecida pelo CMN.
Para os anos seguintes, o mercado também projeta uma desaceleração gradual: a expectativa para o IPCA de 2026 é de 4,05%, e para 2027, de 3,8%.
Câmbio, PIB e a taxa Selic
No front cambial, a projeção para o fim de 2025 é de que o dólar seja negociado a R$ 5,44. Este valor representa um ligeiro ajuste para cima em relação à estimativa da semana passada, de R$ 5,43, mas permanece abaixo da projeção de um mês atrás, que era de R$ 5,40.
Quanto ao crescimento econômico, o Boletim Focus manteve estável a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,26% para este ano. Para 2026 e 2027, as projeções seguem em 1,80% para ambos os anos.
Vale destacar que a economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025, puxada pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o PIB havia fechado com uma alta expressiva de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e a maior expansão desde 2021.
Selic permanece no radar
O Boletim Focus desta semana, por ser referente ao último mês do ano, quando os números já estão praticamente consolidados, não apresentou novas projeções para a taxa básica de juros, a Selic. A taxa se mantém em 15% ao ano, patamar em que está desde a reunião de junho.
Este é o nível mais alto da Selic desde julho de 2006, quando atingiu 15,25% ao ano. O atual ciclo de alta começou em setembro de 2024, quando a taxa saiu de 10,5% ao ano, patamar registrado em maio do ano passado.
As projeções do Boletim Focus refletem a visão consolidada de mais de cem instituições financeiras sobre os principais indicadores da economia brasileira, servindo como um termômetro importante para investidores e formuladores de política econômica.