2025: Oscar histórico, roubos milionários e grandes perdas marcam o ano cultural
Cultura em 2025: Oscar, roubos e perdas

O ano de 2025 ficará marcado na memória cultural por uma mistura de conquistas históricas, eventos espetaculares, crimes audaciosos e perdas profundas. Do primeiro Oscar para o cinema brasileiro à abertura do aguardado Grande Museu Egípcio, passando por roubos milionários e despedidas de ícones, os últimos doze meses foram um turbilhão para os amantes da arte e da cultura no Brasil e no mundo.

Triunfos e conquistas históricas

Sem dúvida, o grande marco para o Brasil em 2025 foi a conquista inédita do Oscar de Melhor Filme Internacional. O longa "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles e situado no período da ditadura militar brasileira, levou a cobiçada estatueta para casa em março. O Brasil, que havia sido indicado cinco vezes anteriormente, inclusive na edição de 2025, finalmente quebrou o jejum. O filme concorreu com produções da Dinamarca, França, Alemanha e Letônia.

O cinema nacional não parou por aí. Em fevereiro, "O Último Azul", de Gabriel Mascaro, conquistou o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim, a segunda maior honraria do evento. Já em novembro, "O Agente Secreto" estreou simultaneamente no Brasil, Alemanha e Portugal, sendo indicado ao Globo de Ouro de 2026 e se tornando a aposta brasileira para o próximo Oscar.

Fora das telas, a Academia Brasileira de Letras (ABL) quebrou uma barreira secular. Pela primeira vez em seus 128 anos, uma mulher negra foi eleita para ocupar uma cadeira de imortal. A escritora Ana Maria Gonçalves, autora do aclamado romance "Um Defeito de Cor", recebeu 30 dos 31 votos possíveis e passou a ocupar a cadeira de número 33.

Espetáculos, roubos e recordes financeiros

O ano também foi de eventos de grande magnitude. A cantora Lady Gaga realizou um show histórico na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, reunindo mais de 2 milhões de pessoas, o maior público de sua carreira. O evento marcou o retorno da artista ao país após o cancelamento de sua participação no Rock in Rio de 2017.

Contudo, 2025 também viu episódios sombrios. Em outubro, o Museu do Louvre, em Paris, foi assaltado em plena luz do dia. Ladrões levaram oito peças que pertenceram à Coroa francesa, com valor estimado em 88 milhões de euros. Em dezembro, foi a vez da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, ser alvo de um roubo, onde foram subtraídas treze obras, incluindo gravuras de Henri Matisse e Candido Portinari. Três suspeitos já foram presos.

No mercado de arte, os leilões bateram recordes. O retrato de Elisabeth Lederer, de Gustav Klimt, foi vendido por 236 milhões de dólares em Nova York, tornando-se a obra de arte moderna mais cara da história. Já o autorretrato "El Sueño (La cama)", da mexicana Frida Kahlo, foi leiloado por 54,7 milhões de dólares, estabelecendo um novo recorde para uma obra de autoria feminina.

Novos horizontes e despedidas emocionadas

Após duas décadas de espera e atrasos, o Grande Museu Egípcio finalmente abriu suas portas em 2025. O colossal complexo de 500 mil metros quadrados exibe mais de 100 mil peças, incluindo a coleção completa do faraó Tutancâmon e o barco funerário de 42 metros do faraó Quéops.

Os fãs da literatura também foram presenteados com o retorno de gigantes. O britânico Ken Follett lançou "Círculo dos Dias", um romance épico sobre Stonehenge, e Dan Brown retornou com "O Segredo Final", mais uma aventura do simbologista Robert Langdon.

Infelizmente, o ano foi marcado por perdas irreparáveis. O Brasil chorou a morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, após uma luta contra um câncer no intestino. O mundo também perdeu o renomado fotógrafo Sebastião Salgado, além de outros grandes nomes da cultura brasileira como Hermeto Pascoal e Luís Fernando Veríssimo. Internacionalmente, despedimo-nos de ícones como o cineasta David Lynch e o cantor Ozzy Osbourne.

Assim, 2025 se despede como um ano de extremos para a cultura: de alegrias históricas e realizações monumentais a tristezas profundas e violações à herança artística da humanidade, deixando uma marca indelével na memória coletiva.