O lançamento do livro de memórias de Bill Gates no início de 2025 trouxe à tona revelações pessoais surpreendentes sobre a juventude do cofundador da Microsoft. Em entrevista ao site GeekWire, Gates abordou a profunda influência de seu amigo e sócio, Paul Allen, em sua formação pessoal, incluindo experiências que vão muito além do mundo da tecnologia.
A influência libertadora de Paul Allen
Bill Gates reconheceu que Paul Allen teve um papel fundamental em incentivá-lo a sair da zona de conforto e desafiar os limites impostos por uma criação disciplinada. Foi Allen quem apresentou Gates à maconha e ao LSD durante sua juventude, além de ser o responsável por embebedá-lo e apresentá-lo à música revolucionária de Jimi Hendrix.
"Ele me embebedou, me deu maconha. Esse cara era um problema… Me fez ouvir Jimi Hendrix", afirmou Gates, com um tom que misturava crítica e gratidão pela amizade. O bilionário destacou que, apesar dos métodos pouco convencionais, a influência de Allen foi crucial para moldar aspectos de sua personalidade que iam contra a rigidez de sua educação familiar.
Experiências com alucinógenos e a sugestão de Steve Jobs
Gates foi além e admitiu ter experimentado LSD "quatro ou cinco vezes" quando era jovem. Mas a revelação mais curiosa veio quando ele mencionou Steve Jobs, o lendário fundador da Apple. Segundo Gates, o rival e às vezes colaborador chegou a sugerir que o uso de alucinógenos poderia ajudar a tornar os produtos da Microsoft mais criativos e atraentes.
Essa anedota ilustra o clima contracultural e experimental que permeava o nascente Vale do Silício nos anos 70 e 80, onde figuras icônicas da tecnologia buscavam inspiração em fontes as mais diversas.
Uma parceria que sobreviveu aos desafios
Apesar de terem fundado a Microsoft juntos em 1975 e construído um império tecnológico, a relação entre Gates e Allen passou por fases complexas e momentos de tensão. No entanto, Gates enfatizou que a amizade entre os dois perdurou até o falecimento de Paul Allen, em 2018.
A parceria que começou na adolescência resistiu não apenas às pressões dos negócios, mas também às diferenças de personalidade, permanecendo como um dos pilares emocionais da vida de Gates. As memórias agora publicadas servem como um tributo a essa relação única, que misturou inovação, rebeldia e lealdade ao longo de décadas.
As revelações de Gates oferecem uma visão mais humana e multidimensional de uma das figuras mais conhecidas do planeta, mostrando que o caminho até o topo do mundo da tecnologia foi pavimentado com experiências que vão muito além de linhas de código e reuniões de negócios.