O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso pelas autoridades migratórias do Paraguai nesta sexta-feira, 26 de dezembro de 2025. Condenado no Brasil a mais de 24 anos de prisão por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, ele tentava fugir para El Salvador usando um passaporte falsificado.
Detenção no aeroporto e tentativa de fuga
A prisão ocorreu no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, quando Vasques tentava embarcar em um voo internacional. Segundo a Direção Nacional de Migrações do Paraguai, o ex-diretor da PRF foi interceptado ao tentar burlar os controles migratorios mediante a suplantação da identidade de um cidadão paraguaio.
As autoridades paraguaias divulgaram uma foto do momento da detenção e confirmaram que Silvinei Vasques ingressou no país de forma irregular. Ele estava em posse de um passaporte falso, tentando se passar por um nacional do país estrangeiro para escapar da Justiça brasileira.
Trajetória desde a condenação até a fuga
Silvinei Vasques havia sido condenado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a 24 anos e 6 meses de prisão por crimes relacionados ao golpe de estado. A sentença, proferida há pouco mais de dez dias, ainda não foi publicada no Diário da Justiça, o que significa que o prazo para recursos sequer havia começado a correr.
Até então, ele cumpria medidas cautelares usando tornozeleira eletrônica e atuava como secretário municipal de Desenvolvimento em São José, em Santa Catarina. Ele havia pedido demissão do cargo em dezembro.
Um relatório do monitoramento da tornozeleira, apresentado ao STF, mostra que Vasques deixou o apartamento onde vivia em São José na véspera do Natal, 24 de dezembro. Ele usou um carro alugado e levou consigo um cachorro, dando início à sua tentativa de fuga internacional.
Reação da Justiça brasileira e próximos passos
Diante da confirmação da tentativa de fuga, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Silvinei Vasques nesta mesma sexta-feira. O ex-diretor da PRF agora aguarda a deportação e será entregue às autoridades brasileiras.
Uma vez repatriado, ele ficará encarcerado enquanto aguarda o desfecho dos recursos de sua condenação. A prisão no Paraguai frustrou seu plano de chegar a El Salvador, um país que não possui tratado de extradição com o Brasil.
O caso expõe as falhas no sistema de monitoramento e reacende o debate sobre a eficácia das medidas cautelares para acusados de crimes graves. A atuação coordenada entre as polícias e a divulgação rápida da foto pela migração paraguaia foram decisivas para a captura.
