Teobromina do chocolate amargo retarda envelhecimento celular, revela estudo
Chocolate amargo pode retardar envelhecimento biológico

Uma descoberta científica traz uma notícia promissora para os amantes de sabores intensos: um composto presente no chocolate amargo, no café e em alguns chás está associado a um ritmo mais lento do envelhecimento no nível celular. A pesquisa, conduzida por cientistas do King's College London, na Inglaterra, identificou uma ligação entre níveis sanguíneos mais elevados de teobromina e características biológicas relacionadas à longevidade.

O que revelou o estudo sobre envelhecimento e cacau

Os pesquisadores analisaram dados de duas populações europeias distintas para chegar a suas conclusões. Primeiro, examinaram informações de mais de 500 mulheres participantes de um estudo britânico de longa duração. Em seguida, validaram os achados em um grupo maior, composto por 1.160 homens e mulheres monitorados na Alemanha.

O foco da investigação foram os chamados marcadores epigenéticos, que funcionam como interruptores moleculares influenciados pelo estilo de vida e ambiente. Essas marcas no DNA, como a metilação e o comprimento dos telômeros (as pontas dos cromossomos), atuam como um "relógio biológico" capaz de prever o risco de doenças relacionadas à idade e até mesmo a mortalidade precoce.

Teobromina se destaca entre compostos testados

Durante a pesquisa, publicada no periódico científico "Aging", os estudiosos testaram seis compostos diferentes encontrados no cacau e no café. Entre todos, a teobromina foi a que apresentou o efeito mais significativo e independente. Ou seja, sua ação benéfica não estava vinculada a outras substâncias conhecidas, como a cafeína.

Os resultados mostraram que indivíduos com concentrações mais altas de teobromina no sangue apresentavam um perfil epigenético associado a um envelhecimento celular mais lento. Em termos práticos, os "ponteiros" do seu relógio biológico avançavam em um ritmo menos acelerado, sugerindo um desgaste corporal reduzido e uma menor exposição a problemas de saúde crônicos.

Implicações e recomendações práticas

É importante ressaltar um alerta feito pelos próprios autores do estudo: a descoberta não deve ser interpretada como um aval para o consumo excessivo de chocolate. O trabalho reforça, sobretudo, a tese de que componentes de origem vegetal podem ter um papel importante na promoção de um envelhecimento saudável.

No entanto, como a teobromina é derivada do cacau, é plausível que seus benefícios sejam mais facilmente obtidos através do consumo de chocolate amargo, com pelo menos 60% de cacau. Essa versão do doce, além de concentrar mais o composto, geralmente contém menos açúcar, um nutriente cujo excesso está ligado ao desenvolvimento de diversas doenças.

A pesquisa, divulgada em 31 de dezembro de 2025, oferece um novo olhar sobre como compostos naturais da dieta podem modular nossa biologia de forma profunda, abrindo caminho para futuras investigações na área da nutrição e do envelhecimento saudável.