Uma situação inusitada marcou a 82ª sessão da Câmara Municipal de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O vereador Luisinho do Espigão (PSDB), que conduzia os trabalhos na ocasião, cometeu uma gafe ao convidar para receber uma homenagem o ex-governador Leonel de Moura Brizola, falecido no ano de 2004.
O momento do constrangimento na Câmara
O episódio ocorreu durante a entrega de uma moção à Escola Técnica de Agricultura (ETA) Leonel de Moura Brizola. Ao anunciar a homenagem, Luisinho do Espigão direcionou o convite de forma equivocada. "Peço ao vereador Jonas que possa receber o senhor Leonel", declarou o parlamentar, referindo-se ao histórico líder trabalhista.
Alguns segundos de silêncio e impasse se seguiram, até que o próprio presidente da Câmara em exercício, ainda Luisinho, reiterou o convite: "Senhor Leonel de Moura Brizola se encontra na Casa? Convido o senhor a participar da mesa". A situação só foi resolvida quando o vereador Jonas Rodrigues (PL) recebeu um representante real da escola técnica e o conduziu até a Mesa Diretora para a cerimônia.
Explicações e o legado da escola homenageada
Em contato com o g1, Luisinho do Espigão atribuiu o fato a um "equívoco de natureza estritamente protocolar". O vereador, reeleito em 2024 com 1.877 votos, afirmou que todos conhecem a importância de Brizola e lamentou a repercussão do erro. Ele explicou que presidia a sessão de forma excepcional, pois o então presidente da Casa havia assumido interinamente a Prefeitura de Viamão por determinação judicial.
O autor da moção, vereador Marco Borrega (PDT), destacou o legado da ETA Leonel de Moura Brizola, que completou 115 anos. Segundo Borrega, a instituição tem um impacto direto no crescimento econômico e social da comunidade, atuando na difusão de conhecimento, práticas sustentáveis e inovação no campo.
Quem foi Leonel Brizola
Leonel Brizola foi uma das figuras mais importantes da política brasileira no século XX. Sua trajetória inclui:
- Mandatos como deputado estadual no RS, deputado federal e prefeito de Porto Alegre.
- Governador de dois estados: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
- 15 anos de exílio durante a ditadura militar, sendo um dos principais opositores do regime.
- Fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) após retornar ao Brasil em 1979.
- Três candidaturas à Presidência da República (1989, 1994 e 1998 como vice na chapa de Lula).
Brizola morreu no dia 21 de junho de 2004, aos 82 anos de idade. A Câmara de Vereadores de Viamão não se manifestou sobre o ocorrido até a última atualização desta reportagem.
