O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, indeferiu um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para que ele recebesse a visita do sogro, Vicente Reinaldo, pai de Michelle Bolsonaro. A decisão foi publicada na manhã desta quarta-feira, 31 de dezembro de 2025.
Regime excepcional de custódia justifica negativa
Na fundamentação, Moraes destacou que, embora Bolsonaro esteja internado no hospital privado DF Star, em Brasília, e não em uma unidade prisional comum, vigora um regime excepcional de custódia. O ministro afirmou que a medida é necessária para garantir a segurança e a disciplina, submetendo-se o apenado às normas do ambiente hospitalar e às orientações médicas.
"Diante das circunstâncias excepcionais da internação hospitalar, da necessidade de garantir a segurança e a disciplina, indefiro o pedido formulado", escreveu o ministro em sua decisão. O pedido havia sido protocolado pela defesa no próprio STF na terça-feira, dia 30.
Contexto da internação e visitas autorizadas
Jair Bolsonaro está internado desde a véspera de Natal, 24 de dezembro, após ter sido autorizado por Moraes a deixar a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão. A internação foi para a realização de procedimentos cirúrgicos.
O ex-presidente passou por uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral e por outros três procedimentos destinados a conter crises persistentes de soluços, que envolveram o bloqueio do nervo frênico.
Em decisão anterior, do dia 24 de dezembro, o ministro já havia autorizado a internação e permitido as visitas de todos os cinco filhos do ex-presidente, desde que respeitadas as regras do hospital. Também foi autorizado que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, permaneça no hospital como acompanhante durante todo o período de internação do marido.
Restrições e situação clínica atual
As visitas autorizadas estão sujeitas à proibição expressa da entrada de computadores, telefones celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos no quarto hospitalar.
O último boletim médico, divulgado no início da noite de terça-feira (30), não trouxe previsão de alta para o ex-presidente, que segue em cuidados pós-operatórios no Hospital DF Star.
A decisão desta quarta-feira reforça o controle sobre o regime de custódia de Bolsonaro, mesmo em um ambiente de tratamento de saúde, mantendo restrições consideradas essenciais pela Justiça.