Documentos revelam 8 voos de Trump no jatinho de Epstein, um com mulher de 20 anos
Trump voou 8 vezes no jatinho de Epstein, dizem documentos

Uma nova divulgação de documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos trouxe à tona detalhes sobre a relação entre o ex-presidente Donald Trump e o financista condenado Jeffrey Epstein. Os materiais, liberados nesta terça-feira, 23 de dezembro de 2025, indicam que Trump viajou no jato particular de Epstein em pelo menos oito ocasiões distintas entre os anos de 1993 e 1996.

Os detalhes dos voos revelados

De acordo com a troca de e-mails divulgada, um dos registros aponta que, em um voo ocorrido em 1993, os únicos dois passageiros listados eram o próprio Donald Trump e Jeffrey Epstein. Em outra viagem, os três únicos ocupantes do jatinho seriam os dois amigos e uma mulher de 20 anos, cujo nome foi omitido nos documentos.

O e-mail, enviado em 7 de janeiro de 2020, afirma textualmente que "Donald Trump viajou no jato particular de Epstein muito mais vezes do que foi relatado anteriormente". A mensagem faz parte de uma correspondência cujo assunto era "RE: Registros de voos de Epstein". Tanto o remetente quanto o destinatário do e-mail tiveram suas identidades ocultadas na divulgação pública.

Contexto das investigações e relação duradoura

Jeffrey Epstein foi condenado por manter uma rede de exploração e tráfico sexual, envolvendo inclusive menores de idade, e cometeu suicídio na prisão em 2019. Sua cúmplice, Ghislaine Maxwell, foi sentenciada a 20 anos de prisão em 2022 por crimes como conspiração para aliciar menores.

Trump sempre reconheceu a amizade com Epstein, que durou cerca de 15 anos, mas afirmou que rompeu laços por volta de 2004. Esse desentendimento teria ocorrido quatro anos antes da primeira prisão do financista, em 2008, sob acusações de abuso sexual de menores. O ex-presidente negou repetidamente qualquer conhecimento ou envolvimento nas atividades criminosas de Epstein.

Pressão política e promessa não cumprida

A divulgação desta nova leva de documentos ocorre após uma liberação semelhante de 13 mil páginas na sexta-feira anterior. Ambas as ações são resultado de uma lei aprovada pelo Congresso americano, fruto de um raro esforço bipartidário, que obriga o governo a tornar públicos os materiais relacionados ao caso.

Durante sua campanha presidencial em 2024, Donald Trump prometeu abrir todos os arquivos sobre Epstein, uma bandeira adotada com fervor por sua base de apoiadores MAGA. No entanto, no início de 2025, seu governo gerou controvérsia ao anunciar, através do Departamento de Justiça, que não divulgaria os materiais e que não havia encontrado "nenhuma lista incriminatória de clientes".

Essa decisão provocou reações negativas tanto de democratas quanto de republicanos, incluindo apoiadores de Trump, reacendendo os debates sobre os laços passados entre o ex-presidente e o financista. É importante destacar que, conforme os próprios documentos e autoridades enfatizam, as menções a Trump neste novo lote de papéis não implicam ou sugerem a prática de qualquer crime por parte do ex-presidente.