Em uma escalada retórica e militar, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu um severo aviso ao líder venezuelano, Nicolás Maduro, nesta segunda-feira, 22 de dezembro de 2025. Durante um evento em sua propriedade de Mar-a-Lago, na Flórida, Trump afirmou que a saída de Maduro do poder seria a decisão mais inteligente e alertou para graves consequências caso o ditador optasse por resistir.
O Ultimato de Trump e a Estratégia de Pressão
Questionado por jornalistas sobre se seu governo tem o objetivo declarado de derrubar o presidente venezuelano, a resposta de Trump foi direta. "Isso depende dele, do que ele queira fazer. Acho que seria inteligente de sua parte fazer isso [renunciar]", declarou o mandatário americano. No entanto, a fala tomou um tom de ameaça clara quando ele completou: "se ele quiser bancar o durão, será a última vez".
Esta advertência pública não é um fato isolado. Ela ocorre no contexto de uma ampla mobilização militar norte-americana na região do Caribe. No início de dezembro, a administração Trump anunciou o bloqueio de "navios petroleiros sancionados" com origem ou destino à Venezuela. Até o momento, forças militares dos EUA já capturaram duas embarcações e perseguiram uma terceira.
Operações Militares e a Justificativa do Combate às Drogas
Os Estados Unidos mobilizaram uma grande flotilha de navios de guerra no Caribe, que inclui o maior porta-aviões do mundo. Nas últimas semanas, aeronaves militares também realizaram sobrevoos em águas próximas ao litoral venezuelano, em uma demonstração de força inequívoca.
Além do bloqueio, o Exército americano executou uma série de ataques contra embarcações suspeitas no Mar do Caribe e no Pacífico oriental. De acordo com os dados divulgados, cerca de 30 embarcações foram destruídas e pelo menos 104 pessoas morreram nessas operações. Oficialmente, o governo Trump justifica as ações como parte de uma campanha para conter o fluxo de drogas ilícitas para os Estados Unidos.
Contudo, uma revelação interna coloca essa justificativa em dúvida. Susie Wiles, chefe de Gabinete da Casa Branca, disse à revista Vanity Fair que os bombardeios têm um objetivo geopolítico claro: pressionar o regime de Maduro. Segundo ela, o presidente "quer continuar afundando navios até que Maduro se renda".
Falta de Provas e o Coro da Administração Americana
Um ponto crucial destacado pelas informações é que o governo Trump não apresentou provas conclusivas de que os navios interceptados ou atacados estivessem, de fato, transportando drogas. Essa ausência de evidências públicas alimenta críticas sobre o real propósito das operações.
A fala de Trump foi precedida por declarações igualmente duras de outros membros de seu governo. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, havia afirmado à Fox News que Maduro "tem que sair" do poder. "Não estamos apenas interceptando navios, mas também enviando uma mensagem ao mundo de que a atividade ilegal da qual Maduro participa não pode ser tolerada", disse ela.
A situação configura um momento de tensão extrema entre Washington e Caracas, com os Estados Unidos empregando tanto a diplomacia da ameaça pública quanto o poderio militar naval para forçar uma mudança de regime na Venezuela. Os próximos passos de Nicolás Maduro, se escolherá a renúncia ou a resistência, definirão os rumos dessa crise internacional.