Sheinbaum pede ação da ONU após bloqueio naval de Trump à Venezuela
México pede à ONU para impedir derramamento de sangue na Venezuela

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, fez um apelo urgente às Nações Unidas nesta quarta-feira (17). Ela pediu que a organização atue para impedir qualquer derramamento de sangue na Venezuela. A declaração ocorre em resposta à escalada de tensões após o anúncio de um bloqueio naval norte-americano.

Resposta à medida de Trump

O pedido de Sheinbaum foi direcionado um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma nova medida de pressão. Em sua plataforma Truth Social, Trump declarou a imposição de um bloqueio naval a petroleiros que entram ou saem da Venezuela. A justificativa, segundo o governo americano, é que o regime de Nicolás Maduro foi classificado como uma organização terrorista internacional.

A presidente mexicana afirmou não ter visto, até o momento, uma reação formal da ONU à medida anunciada por Washington. "[As Nações Unidas] devem assumir seu papel para impedir qualquer derramamento de sangue e sempre buscar soluções pacíficas para os conflitos", disse Sheinbaum em entrevista coletiva.

Posição do México e ampliação da frota dos EUA

Sheinbaum foi enfática ao reafirmar a posição tradicional do México contra intervenções externas. "Independentemente das avaliações sobre o regime da Venezuela e sobre a liderança de Nicolás Maduro, a posição do México é clara", ressaltou. Ela defendeu que o país deve manter uma postura de rejeição a qualquer tipo de interferência estrangeira.

Além do bloqueio, Trump afirmou que a frota dos EUA no Caribe "só continuará crescendo". O objetivo declarado é forçar o regime venezuelano a devolver "o petróleo, as terras e outros bens" que, segundo ele, teriam sido roubados. Esta movimentação se soma ao envio de uma flotilha naval à região em agosto, justificada inicialmente como intensificação do combate ao narcotráfico.

Diálogo como alternativa à guerra

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também se manifestou sobre a crise. Lula afirmou ter dito a Donald Trump que o diálogo é "mais barato e menos sofrível" que a guerra. A declaração foi feita em meio à operação militar dos EUA contra o narcotráfico na Venezuela.

O líder brasileiro defendeu a cooperação internacional e destacou a importância da palavra para evitar conflitos. Ele também manteve conversas com Nicolás Maduro, reforçando a busca por uma solução pacífica. A posição brasileira e a mexicana convergem no apelo central: resolver disputas internacionais através da diplomacia e não da força.

Sheinbaum finalizou sua fala reafirmando o compromisso constitucional do México com a paz. "Apelamos ao diálogo e à paz, não à intervenção, em qualquer disputa internacional. Essa é a nossa posição, baseada na convicção e na Constituição", concluiu a presidente.