Trump decreta bloqueio total a petroleiros da Venezuela e anuncia cerco ao país
EUA decretam bloqueio total a petroleiros da Venezuela

A administração do presidente americano Donald Trump anunciou uma medida drástica que intensifica o cerco à Venezuela. No dia 16 de dezembro, Trump declarou, por meio de sua rede social Truth Social, a ordem de um bloqueio "total e completo" a todos os petroleiros sancionados que entram e saem do país sul-americano. Esta ação representa o ponto mais alto de uma série de medidas coercitivas e militares adotadas ao longo do ano contra o governo de Nicolás Maduro, acusado por Washington de narcotráfico e terrorismo.

Cronologia de uma escalada militar

A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela se intensificou significativamente desde o início do ano. Em fevereiro, o governo Trump deu o primeiro passo ao designar oito organizações criminosas, incluindo o venezuelano Tren de Aragua, como grupos terroristas. Isso serviu de base para a deportação, em março, de mais de 200 venezuelanos acusados de vínculos com esses grupos, ação posteriormente suspensa pela Suprema Corte dos EUA.

Em agosto, os Estados Unidos dobraram a recompensa por informações que levassem à prisão de Maduro para US$ 50 milhões, enviando também navios militares, jatos F-35 e um submarino nuclear para águas do Caribe próximas à Venezuela. A justificativa era o combate ao narcotráfico proveniente da América Latina.

Ataques navais e ameaças de ação terrestre

A partir de setembro, as forças americanas iniciaram uma série de ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico. O primeiro ataque, em 2 de setembro, resultou na morte de 11 pessoas, descritas como "narcoterroristas". Essas operações se repetiram inúmeras vezes, com o governo americano alegando sempre que os barcos transportavam drogas para os EUA. Até meados de dezembro, foram registrados mais de 22 ataques desse tipo, com dezenas de mortos.

Em outubro, a escalada ganhou novos contornos. Trump confirmou ter autorizado a agência de inteligência CIA a conduzir "operações secretas" dentro da Venezuela e disse considerar ataques a cartéis de drogas no país. No final do mês, o maior navio de guerra do mundo, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, foi deslocado para a região do Caribe.

No início de novembro, Trump anunciou o fechamento completo do espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela, medida classificada pelo governo venezuelano como "ameaça colonialista". Dias depois, em 2 de dezembro, o presidente americano sugeriu que uma ação terrestre no país aconteceria "muito em breve", afirmando conhecer as rotas e esconderijos dos traficantes.

Sanções, apreensões e o bloqueio final

As medidas de pressão econômica também se intensificaram. Em 10 de dezembro, os EUA anunciaram a apreensão do petroleiro Skipper na costa da Venezuela, acusando-o de fazer parte de uma rede ilícita de transporte de petróleo que apoia organizações terroristas. Maduro denunciou o ato como "pirataria internacional".

Novas sanções foram impostas contra familiares de Maduro e empresas ligadas ao transporte de petróleo. Finalmente, em 16 de dezembro, veio o anúncio do bloqueio naval total. Em sua publicação, Trump classificou o governo de Maduro como uma organização terrorista estrangeira, acusando-o de terrorismo, tráfico de drogas e tráfico de pessoas.

O contexto dessa decisão final inclui ainda relatos de uma conversa telefônica entre Trump e Maduro no final de novembro, onde supostamente teria sido discutida uma possível reunião, mesmo com as ameaças militares americanas ainda sobre a mesa. A situação permanece em um estado de tensão máxima, com a Venezuela completamente cercada por medidas aéreas, navais e econômicas dos Estados Unidos.