O Flamengo está se preparando para intensificar sua atuação política em Brasília, aproveitando o cenário das eleições brasileiras de 2026. O clube rubro-negro avalia que o período será crucial para discutir temas importantes para o esporte nacional, com foco especial nos vetos pendentes à Lei Geral do Esporte.
Estratégia Proativa para 2026
Durante a apresentação dos resultados financeiros do clube referentes a 2025, o presidente Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, deixou clara a mudança de postura. "Vamos ter uma atuação importante em Brasília em 2026. Tivemos uma atuação reativa neste ano. Ano que vem, será proativa", afirmou o dirigente.
Bap destacou que há uma série de vetos impostos pelo atual governo que precisam ser analisados pelos parlamentares. A Lei Geral do Esporte entrou em vigor em 2023, mas ainda carrega 355 vetos do presidente Lula que aguardam análise no Congresso Nacional.
Os Interesses do Clube e o Impacto nos Esportes Olímpicos
Um dos pontos centrais para o Flamengo é a questão da isenção de impostos para a importação de equipamentos e materiais esportivos de alta tecnologia. "Os esportes olímpicos do Flamengo dependem muito disso", ressaltou Bap, conectando a pauta tributária diretamente ao desempenho das modalidades olímpicas do clube.
Nos últimos anos, o Mengão já se envolveu ativamente em discussões que tramitaram na capital federal, como o Profut, a Lei do Mandante e, mais recentemente, um aspecto específico da reforma tributária. Esta última tratava da diferença de alíquotas entre clubes sociais e Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs).
A Batalha Tributária: Clubes Sociais vs. SAFs
Bap relembrou o embate recente sobre a proposta que estabelecia tributos de 11% para clubes sociais e 5% para SAFs. "O clube social ia pagar mais do que SAF? Foi uma briga horrorosa, algumas discussões acaloradas", contou o presidente.
O desfecho, segundo ele, foi positivo e igualitário: "No final das contas, foi definido que os dois vão pagar 5%". Para Bap, a decisão ajuda a desmistificar a ideia de que a SAF é necessariamente um modelo superior, afirmando que "a gestão é que vai falar mais forte".
Nos bastidores, o Flamengo mantém um bom relacionamento com parlamentares, especialmente do partido Progressistas, caminho que foi fundamental durante a discussão sobre o imposto. Apesar de o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, ser deputado federal pelo PSB, ele atualmente se posiciona na oposição a Bap dentro da política interna do Flamengo.
A movimentação do clube para 2026 sinaliza uma estratégia de longo prazo, onde o poder de articulação política será usado para defender interesses considerados vitais para a sustentabilidade e competitividade não apenas do futebol, mas de todo o departamento olímpico rubro-negro.