O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, utilizou suas redes sociais para fazer uma provocação direta à marca Havaianas. O motivo foi a repercussão de uma campanha publicitária da empresa que conta com a atriz Fernanda Torres, a qual gerou um movimento de boicote por parte de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O vídeo e a provocação política
Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram na segunda-feira, 22 de dezembro de 2025, Tarcísio falava sobre as obras do Rodoanel. No final da mensagem, ele declarou que o estado de São Paulo "vai começar o ano novo com o pé direito". A frase foi uma clara referência à polêmica envolvendo a campanha das sandálias.
A peça publicitária da Havaianas, estrelada por Fernanda Torres, trazia uma brincadeira com a expressão popular. A atriz sugeria que as pessoas não deveriam começar o ano apenas com o pé direito, mas sim "com os dois pés". Para um grupo de bolsonaristas, a fala foi interpretada como um posicionamento político contrário a seus ideais, desencadeando uma campanha nas redes sociais para boicotar os produtos da marca.
Reação e contexto da polêmica
A reação do governador, membro do partido Republicanos, insere-se em um contexto de polarização política onde marcas e personalidades públicas frequentemente têm suas declarações escrutinadas e politizadas. A tentativa de boicote à Havaianas ganhou força em nichos de apoiadores de Bolsonaro, que viram na campanha um conteúdo ideológico.
A resposta de Tarcísio de Freitas foi rápida e utilizou o mesmo mote da campanha para fazer sua crítica, aproveitando a visibilidade de um anúncio sobre infraestrutura para enviar uma mensagem carregada de conotação política. A ação demonstra como figuras públicas estão atentas a esses movimentos e dispostas a se posicionar, mesmo que de forma indireta.
Desdobramentos e impacto
Até o momento, nem a Havaianas nem Fernanda Torres se pronunciaram publicamente sobre a provocação feita pelo governador paulista. O episódio ilustra a crescente intersecção entre entretenimento, marketing e política no Brasil, onde campanhas comerciais podem rapidamente se transformar em campos de batalha ideológica.
O movimento de boicote, assim como a réplica de Tarcísio, tendem a alimentar ainda mais a discussão e a polarização em torno da marca. Especialistas em comunicação alertam que situações como esta exigem um cuidadoso gerenciamento de crise por parte das empresas, que podem ver sua imagem associada a conflitos políticos não intencionais.
O fato ocorreu às vésperas do final de ano, período tradicionalmente marcado por campanhas publicitárias de grande audiência, o que potencializa a visibilidade e a repercussão do caso.