Brasil é eleito o país mais corrupto do mundo em 2025, aponta análise
Brasil lidera ranking de corrupção mundial em 2025

O ano de 2025 termina com um título amargo para o Brasil: o de nação mais corrupta do mundo, segundo avaliações internacionais citadas pela coluna Coisas da Política. O país superou repúblicas com governos historicamente desonestos, consolidando-se em um pódio indesejável que gera vergonha e reflexão.

Uma corrupção endêmica ou epidêmica?

A constatação levanta uma dúvida persistente: a corrupção que assola o Brasil é endêmica, ou seja, uma característica permanente, ou epidêmica, com picos de intensidade que podem ser controlados? A pergunta, feita há tempos, permanece sem uma resposta definitiva, mas os fatos recentes sugerem uma infecção profunda no corpo político e social.

Muitos apontam que o mau exemplo vem de cima. Quando os poderosos se corrompem ou permitem a corrupção, criam-se justificativas perversas para que a prática se dissemine por todos os níveis. É como se o direito de saquear os cofres públicos se tornasse, tragicamente, um privilégio a ser compartilhado, dada a aparente fraqueza da fiscalização e da reclamação popular.

Prática sem fronteiras partidárias e a humilhação do dinheiro

Outro aspecto triste destacado é o caráter pluripartidário do crime. A corrupção não escolhe lado político. Ela prospera tanto em legendas que apoiam o governo quanto naquelas que fazem oposição. Essa realidade esvazia o discurso moralizador de qualquer partido, pois todos, em maior ou menor grau, abrigam figuras hábeis em desviar recursos alheios.

O fenômeno atingiu um nível tal que a imprensa, ironicamente, teria mais facilidade em noticiar os raros casos de políticos honestos – uma casta em risco de extinção, comparada aos micos-leões-dourados – do que listar todos os envolvidos em esquemas ilícitos, que se tornaram a regra, não a exceção.

O destino do dinheiro desviado também perdeu qualquer resquício de dignidade. Longe dos desvios discretos e com algum falso pudor do passado, hoje os valores são transportados de forma humilhante: escondidos em sacos de lixo, cuecas sujas ou malas misturadas com roupas usadas e restos de comida. O símbolo é forte: o próprio produto da corrupção é tratado como lixo.

O reinado soberano da impunidade

Se a corrupção é a doença, a impunidade é o agente que a torna incurável. A análise aponta que a impunidade se tornou uma tragédia soberana e intocável no Brasil, abrigada e protegida pelos três Poderes da República, sem distinção entre os palácios que os abrigam.

Esse cenário se agrava com a proximidade do ano eleitoral, quando a permissividade tende a aumentar. Os tentáculos da conivência são longos e bem articulados, permitindo que as "excelências" no poder se protejam mutuamente, fechando as portas para qualquer fresta de luz ou esperança de contenção dessa avalanche.

Assim, 2025 se despede carimbando o Brasil com a marca da desonestidade institucionalizada. O desafio que fica é saber se a nação encontrará forças para revogar esse carimbo ou se ele se tornará, de fato, uma característica endêmica de sua história.