Um ataque com mísseis realizado pela Rússia contra a cidade de Odessa, no sul da Ucrânia, resultou em oito mortos e 27 feridos neste sábado, 20 de dezembro de 2025. O bombardeio acontece em um momento sensível, no mesmo dia em que representantes russos e americanos se reúnem em Miami, nos Estados Unidos, para tentar destravar as negociações pelo fim do conflito, que já dura aproximadamente três anos.
Detalhes do ataque em Odessa
Segundo informações do serviço de emergência da Ucrânia, os mísseis atingiram alvos na infraestrutura da região portuária. O governador de Odessa, Oleh Kiper, confirmou que o porto local foi um dos locais atingidos. A investida causou destruição significativa, com carros e caminhões incendiados e completamente destruídos.
Entre as vítimas, estavam passageiros de um ônibus que circulava no centro da cidade no momento do ataque. As equipes de resgate trabalharam no local para prestar socorro aos feridos e remover os escombros.
Justificativa russa e resposta ucraniana
O Ministério da Defesa da Rússia emitiu um comunicado afirmando que o ataque do dia anterior, sexta-feira (19), teve como alvo infraestruturas de transporte e armazenamento utilizadas pelas forças armadas ucranianas para abastecer as linhas de frente. A Rússia alega que esses locais serviam de apoio logístico para o esforço de guerra de Kiev.
Em resposta aos bombardeios, a Ucrânia lançou uma ofensiva com drones. Alvos russos, incluindo uma plataforma de petróleo e o navio de patrulha militar Okhotnik, foram atingidos, conforme relatos de ambos os lados do conflito.
Negociações de paz em meio à escalada
O ataque ocorre em um cenário diplomático complexo. Enquanto as sirenes soavam em Odessa, uma reunião entre Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano russo, Steve Witkoff, enviado do ex-presidente americano Donald Trump, e Jared Kushner, genro de Trump, estava marcada para acontecer em Miami. O objetivo declarado do encontro é avançar nas conversas para encerrar a guerra.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, comentou a situação, demonstrando cautela. Ele afirmou que o progresso nas negociações depende, em parte, da postura que os Estados Unidos adotarão após discutir com os russos. “Neste momento, honestamente não sei se avançaremos, mas saberei mais tarde hoje”, declarou Zelenski.
Esse não é o único canal de diálogo em andamento. Na semana passada, oficiais da Ucrânia, da Europa e dos Estados Unidos já haviam se reunido em Berlim para debater possíveis caminhos para a paz, indicando que, apesar da violência recente, os esforços diplomáticos continuam.
A guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022, segue sem um fim à vista, com ciclos de intensos combates e tentativas frágeis de negociação. O ataque a Odessa no dia 20 de dezembro de 2025 é mais um capítulo sangrento que evidencia a dificuldade de conciliar a diplomacia com a realidade do campo de batalha.
