Guarda Municipal é afastado após atirar em rosto de motoboy em Várzea Paulista
Motoboy baleado por guarda municipal recebe alta após 16 dias

Um guarda municipal foi afastado de suas funções após atirar e atingir o rosto de um motoboy de aplicativo durante uma abordagem na cidade de Várzea Paulista, no interior de São Paulo. A vítima, de 24 anos, recebeu alta hospitalar após 16 dias internada em estado gravíssimo, mas enfrentará um longo processo de recuperação.

Detalhes do caso e estado da vítima

O incidente ocorreu no dia 4 de dezembro, na estação de trem do município. Maurício Mateus da Silva realizava o desembarque de um passageiro quando foi abordado pelo agente. Segundo apuração da TV TEM, o guarda alegou que o jovem fez um gesto em direção à cintura, simulando portar algo, o que teria motivado o disparo em legítima defesa.

A bala atingiu o rosto e o pescoço do motoboy, causando ferimentos graves. Ele foi socorrido inicialmente na UPA de Várzea Paulista e depois transferido para o Hospital São Vicente de Paulo, em Jundiaí. Após mais de duas semanas de internação, ele recebeu alta no sábado, 20 de dezembro.

A fala, a mastigação e os movimentos do jovem estão comprometidos, e ele passará por um extenso período de reabilitação. A família de Maurício nega qualquer envolvimento dele com atividades criminosas, descrevendo-o como trabalhador e vítima de uma tentativa de homicídio.

Investigação e consequências para o agente

O caso foi registrado na delegacia de Várzea Paulista como tentativa de homicídio, conforme informou o delegado Rafael Diório. O guarda municipal envolvido foi afastado da corporação e responde ao processo em liberdade.

A defesa do suspeito não se manifestou quando procurada pela reportagem. A investigação segue para apurar as circunstâncias exatas do ocorrido e determinar a responsabilidade do agente público no uso da força.

Contexto e repercussão

O caso reacende o debate sobre os protocolos de abordagem e o uso de armas de fogo por agentes de segurança municipal. A violência durante intervenções rotineiras tem sido alvo de críticas de especialistas e da sociedade civil.

Agora, além de lidar com as sequelas físicas e emocionais do trauma, Maurício e sua família aguardam o andamento da justiça, enquanto o agente afastado aguarda o desfecho legal do processo que responde.