Uma motorista de aplicativo registrou um boletim de ocorrência por importunação sexual após flagrar um passageiro se masturbando no banco de trás do seu carro durante uma corrida em Bauru, no interior de São Paulo. O fato, que chocou a profissional, aconteceu na terça-feira, 16 de abril.
O momento do flagrante
Em depoimento, a mulher, que preferiu não se identificar, contou ao g1 que começou a desconfiar do comportamento do homem após perceber um cheiro estranho dentro do veículo. "Senti um cheiro diferente, olhei para trás e ele estava atrás do banco do passageiro com a perna muito aberta", relatou.
Ao dirigir o olhar novamente para o retrovisor, a motorista afirma ter visto a cena explícita: o passageiro com as pernas abertas e os órgãos genitais à mostra, praticando o ato de masturbação. "Como se estivesse sentado no sofá de casa. Puxei o freio de mão, tirei o cinto e comecei a gritar: 'Sai do meu carro!'", descreveu ela, ainda abalada.
Reação da vítima e do suspeito
Segundo o relato, após ser expulso do carro, o suspeito ficou nervoso e tentou se justificar. "Ele saiu apavorado, deixou a porta aberta na chuva. Eu gritava e xingava, e ele dizia: 'Não, pelo amor de Deus, eu não fiz nada, só fui arrumar a cueca'. Ele implorava para eu não chamar a polícia", contou a motorista.
Em pânico e desorientada, ela não conseguiu acionar a Polícia Militar de imediato. A profissional então ligou para a irmã, que também é motorista por aplicativo. A familiar foi até o local, acalmou a vítima e a acompanhou até o plantão policial para formalizar a denúncia.
Detalhes da corrida e investigação
Conforme o registro policial, o crime ocorreu por volta das 10h20, após a motorista buscar o passageiro em uma barbearia no Jardim Bela Vista. O destino da viagem era o Jardim Santa Edwirges, endereço que a vítima acredita ser a residência do suspeito.
Durante o trajeto, não houve conversa entre os dois, mas a condutora estranhou quando o homem começou a abrir repetidamente as pernas no banco traseiro. A irmã da motorista afirmou reconhecer o local de destino e relatou já ter realizado corridas para o mesmo passageiro anteriormente.
O caso é investigado pela Polícia Civil e, até a última atualização da reportagem, o suspeito não havia sido identificado.
Posicionamento da plataforma 99
A empresa 99, em nota, informou que possui uma política de repúdio e tolerância zero em casos de assédio e violência sexual. A plataforma afirmou que o perfil do passageiro envolvido foi permanentemente bloqueado do aplicativo.
Além disso, uma equipe especializada entrou em contato com a motorista parceira para oferecer acolhimento e orientações sobre o acionamento do seguro, que inclui atendimento psicológico. A empresa também se colocou à disposição para colaborar com as autoridades na investigação do caso.
A motorista, que trabalha para sustentar a casa e os filhos, se desabafou: "Eu nunca imaginei passar por isso. Estou trabalhando, buscando o sustento para a minha casa, para os meus filhos, e tenho que passar por isso?".