A Justiça da cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo, determinou a revogação da prisão preventiva do motoboy Ígor Rodrigues da Silva, de 30 anos. Ele ficou preso por quase cinco meses, acusado de tráfico de drogas, após ser detido pela Polícia Militar enquanto comia um miojo dentro de um carro.
Detenção e argumentos da defesa
O caso ocorreu na noite do dia 30 de julho deste ano, no bairro Sítio do Campo. De acordo com o boletim de ocorrência, policiais foram ao local após uma denúncia sobre venda de drogas na Rua Benedito Calixto. Ao chegarem, encontraram Ígor, que foi revistado.
Os agentes relataram ter encontrado um estojo com cheiro de maconha, R$ 965 em dinheiro e, dentro do veículo, uma sacola preta contendo 26 porções de maconha e 121 porções de cocaína. Ígor, no entanto, negou que as drogas eram suas. Ele alegou que o dinheiro era proveniente da venda de uma bicicleta e que não estava traficando.
A defesa, liderada pelo advogado Renan Lourenço, sustentou desde o início a inocência do motoboy. "Desde o primeiro momento, afirmamos com convicção: não havia prova concreta de autoria, tampouco situação de flagrante capaz de legitimar a prisão", declarou o advogado.
Decisão judicial pela liberdade
Na última sexta-feira, dia 12 de dezembro, o juiz Fernando Cesar do Nascimento, da 1ª Vara Criminal do Foro de Praia Grande, concedeu a liberdade a Ígor. A prisão preventiva foi substituída pelo dever de manter o endereço atualizado junto à Justiça, e a expedição de soltura ocorreu na mesma data.
Em sua decisão, o magistrado considerou que o motoboy já havia ficado preso por um tempo considerável e que a fase de produção de provas orais, como oitiva de testemunhas e interrogatório, estava encerrada. O juiz também mencionou que faltava apenas o laudo pericial para as alegações finais, mas que o recesso forense poderia atrasar a sentença para o ano seguinte.
A defesa ainda acrescentou que, durante a audiência de instrução, vídeos apresentados não incriminavam Ígor, mas sim outras pessoas traficando no local.
Reação do motoboy após a soltura
Em liberdade, Ígor falou sobre o período que passou na prisão. "Foi um período de quatro meses e meio que [foi] revoltante, né? Sem saber o que estava acontecendo comigo. Fui abordado e algemado, difícil, né?". Ele afirmou que agora pretende aproveitar o tempo ao lado da família.
O advogado Renan Lourenço disse ter acolhido a decisão "com serenidade e profundo senso de justiça". Ele finalizou expressando confiança: "Seguimos firmes e confiantes de que, ao final do processo, a verdade prevalecerá".