Ex-cunhado é condenado a 4 anos por espancamento fatal em Guarujá
Ex-cunhado condenado por morte após espancamento em Guarujá

Um caso de violência extrema que chocou o litoral paulista chegou a uma decisão judicial. Dois dos três homens envolvidos no espancamento que levou à morte de Osil Vicente Guedes, de 49 anos, foram submetidos ao Tribunal do Júri em Guarujá. O resultado foi uma condenação e uma absolvição que geraram reações distintas.

O julgamento e as sentenças

O julgamento ocorreu na última terça-feira, 16 de abril de 2025, na 3ª Vara Criminal de Guarujá, sob a presidência do juiz Edmilson Rosa dos Santos. Por maioria de votos, o Conselho de Sentença condenou Douglas William Santos da Silva, ex-cunhado da vítima, por homicídio doloso. A pena foi fixada em quatro anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente aberto. A redução da pena se deu porque Douglas foi considerado réu primário.

Como ele estava foragido, o magistrado determinou o cancelamento do seu mandado de prisão no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP). Em contrapartida, o outro réu julgado, Diego Carlos Moreira, foi absolvido de todas as acusações. Como ele já estava preso preventivamente há quase dois anos, desde janeiro de 2024, a prisão foi revogada e um alvará de soltura foi expedido.

Os detalhes brutais do crime

A agressão fatal aconteceu no dia 3 de maio de 2023, entre a Rua Tambaú e a Avenida Oswaldo Cruz, no distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá. Osil Vicente Guedes dirigia uma motocicleta quando foi cercado e derrubado por três homens.

As investigações e um vídeo que circulou nas redes sociais revelaram a brutalidade do ataque: Diego Carlos Moreira desferiu uma capacetada na nuca da vítima; Ailton Lima dos Santos deu um soco na cabeça e arrastou Osil pelo asfalto; e Douglas William Santos o atingiu na cabeça com um pedaço de madeira. Os golpes na cabeça foram, conforme laudo necroscópico, suficientes para causar a morte.

Osil foi socorrido para o Hospital Santo Amaro (HSA), mas teve a morte encefálica confirmada quatro dias depois, em 7 de maio de 2023.

Motivação e desdobramentos processuais

Inicialmente, uma falsa acusação de furto de moto foi considerada como motivação, mas a polícia logo descartou essa hipótese. A investigação apontou que o crime estava ligado a um relacionamento problemático de Osil com sua ex-companheira, irmã de Douglas.

Conforme a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), os acusados agiram movidos por "anseio de vingança" após Osil ter supostamente agredido a ex-cunhada e os sobrinhos de Douglas. A denúncia por homicídio qualificado foi recebida pela Justiça em 22 de fevereiro de 2024.

O terceiro envolvido, Ailton Lima dos Santos, foi preso apenas em fevereiro de 2025 e está sendo processado em ação separada, pois sua prisão ocorreu depois que os outros dois já haviam sido pronunciados para o Júri.

O MP-SP não aceitou a absolvição de Diego Carlos Moreira e interpôs um recurso no dia 18 de abril. O órgão argumenta que a decisão é contrária às provas dos autos, destacando que o crime foi filmado e que o próprio Diego confessou ter dado a capacetada em Osil.

A defesa de Diego, por meio dos advogados Denis Frank Araújo de Jesus e Jonatas Nascimento, afirmou que o Conselho de Sentença avaliou criteriosamente as provas e se mostrou confiante de que a absolvição será mantida nas instâncias superiores.

O caso, que viralizou nas redes sociais com imagens chocantes, expõe uma tragédia marcada pela violência interpessoal e por um desfecho judicial que ainda não é definitivo, com um recurso em andamento e um terceiro agressor aguardando julgamento.