Enquanto o governo federal, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional encerravam oficialmente os trabalhos legislativos de 2025, a Polícia Federal (PF) mantinha um ritmo intenso de investigações. Na última semana, a corporação realizou mais de 70 operações em todo o país, voltadas ao combate de diversos tipos de criminalidade, com destaque para casos de grande repercussão política e prejuízo ao erário.
Operações de alto impacto político
Entre as ações que ganharam os holofotes da mídia, estão mandados de busca e prisão relacionados a um inquérito que apura supostas ligações entre políticos, integrantes do Poder Judiciário e facções do crime organizado atuantes no estado do Rio de Janeiro. Essa investigação busca desvendar uma complexa rede de influência e favorecimento.
Além disso, a PF cumpriu mandados nas residências dos deputados federais Sostenes Cavalcante e Carlos Jordy. As buscas fazem parte de uma apuração sobre possíveis desvios de recursos da cota parlamentar da Câmara dos Deputados, mecanismo destinado a custear as atividades dos congressistas.
Fraudes bilionárias e corrupção em emendas
Outra frente de atuação importante foi a prisão de um novo grupo de investigados suspeitos de envolvimento nas fraudes que causaram prejuízos bilionários ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Essas operações seguem desmantelando esquemas que desviaram vultosas quantias da previdência social.
A lista de ações foi extensa e abrangente. Houve também operações direcionadas a um deputado federal investigado por suposta corrupção na destinação de emendas parlamentares, além de mandados judiciais cumpridos em Alagoas e em outros estados da região Nordeste, focados em casos de corrupção e desvio de verbas públicas.
"O ano ainda não acabou", alerta investigador
Diante do volume expressivo de operações concentradas em um curto espaço de tempo, um investigador da Polícia Federal fez um alerta significativo. Ao comentar sobre o que chamou de "tsunami" de ações contra figuras políticas nesta reta final de ano, ele afirmou: "O ano ainda não acabou".
A declaração sugere que, para muitos dos investigados, os últimos dias que antecedem o Natal podem representar um longo e tenso período, com a perspectiva de novas medidas judiciais. A frase simboliza a disposição da PF em manter a pressão investigativa, independentemente do calendário político e do recesso de outras instituições.
O movimento da PF nesta semana demonstra uma atuação estratégica e contínua no combate à corrupção e ao crime organizado, enviando uma mensagem clara de que as investigações seguem seu curso, sem tréguas, até o último dia do ano.