A Polícia Militar interveio mais uma vez em um estabelecimento de jogos clandestino no centro de Campinas, no interior de São Paulo. A ação ocorreu na tarde de sexta-feira, 19 de janeiro, motivada por uma denúncia anônima que alegava a privação de liberdade de uma pessoa no local.
Denúncia de cárcere privado leva PM ao local
Por volta das 16h54, os policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência na Rua Antônio Cezarino. O boletim de ocorrência registrava que alguém estaria sendo impedido de deixar o lugar. O soldado Bruno Leriano, que participou da operação, relatou que a pessoa que fez a ligação para o 190 não se apresentou aos agentes, possivelmente por temer represálias.
"A solicitação inicial seria de que alguém estaria sendo impedido de se retirar do local. Essa pessoa fez a ligação 190, e nós viemos averiguar se realmente havia a questão do cárcere. Essa pessoa não se apresentou para nós, talvez por medo de represálias", explicou o militar.
Operação encontra máquinas e aplica multas
Ao chegarem ao endereço, os policiais encontraram um bingo clandestino em pleno funcionamento dentro de um prédio histórico. No local, estavam presentes 15 jogadores e dois funcionários. A apreensão do material foi significativa:
- 25 máquinas em funcionamento;
- 6 máquinas desligadas;
- 9 carcaças (estruturas vazias).
A Polícia Científica foi chamada ao local e recolheu os dispositivos eletrônicos que faziam as máquinas funcionarem, conhecidos como loteiros e placas digitais. A prefeitura municipal confirmou que o estabelecimento não possuía alvará de funcionamento, resultando na aplicação de uma multa ao proprietário.
As autoridades alertaram que, caso o local volte a operar, será lacrado. Após esgotadas as medidas administrativas, o caso será encaminhado para a Justiça.
Histórico de reincidência em três meses
Esta não foi a primeira vez que a polícia fechou esse mesmo ponto de jogos ilegais. Em 6 de setembro do ano passado, há aproximadamente três meses, o local já havia sido autuado pela mesma razão: impedir que um apostador saísse do estabelecimento. Na ocasião anterior, a casa também foi fechada e os dispositivos foram removidos.
O soldado Bruno Leriano detalhou a tática de reabertura: "Os loteiros e as placas digitais, que é onde ficam armazenados os jogos, é o que a Polícia Civil faz a apreensão. A carcaça e a tela ficam no local, e acaba sendo reutilizada". Isso explica como o bingo clandestino conseguiu voltar a funcionar após a primeira apreensão, configurando um caso claro de reincidência.
A operação desta sexta-feira marca a terceira vez que as forças de segurança precisam intervir no mesmo endereço, evidenciando a dificuldade em coibir definitivamente a atividade ilegal no centro da cidade.