Passageiro de 64 anos preso por importunação sexual em voo da Gol
Homem preso por se masturbar em voo Rio-Florianópolis

Um homem de 64 anos foi preso em flagrante após ser acusado de se masturbar ao lado de uma passageira durante um voo comercial. O fato ocorreu na rota entre o Rio de Janeiro e Florianópolis, na noite da última sexta-feira (19).

Detalhes do episódio a bordo

De acordo com o relato policial, a vítima, que viajava com a filha de 10 anos e a mãe de 76, percebeu comportamentos inadequados do passageiro logo após a decolagem. Paulo Gustavo Bittencourt Villela começou a encostar o braço no corpo dela de forma repetida.

Incomodada, a mulher tentou se afastar e colocou bolsas como barreira entre os dois assentos. Mesmo com a tentativa de isolamento, o contato indesejado persistiu. A situação piorou após o anúncio do serviço de lanche e o apagamento das luzes da aeronave.

Foi então que a passageira notou que o homem ao seu lado tinha as mãos dentro da calça, escondendo os movimentos com a camiseta, e estava se masturbando. Ela acionou imediatamente o botão de chamada para alertar a tripulação.

Ação da tripulação e prisão

Um comissário de bordo foi informado sobre o ocorrido e transferiu a mulher e sua filha para outro assento. O chefe de cabine comunicou que faria um registro formal do caso e informaria o comandante da aeronave.

Ainda durante o voo, a passageira conseguiu avisar familiares por mensagens, que tomaram a iniciativa de acionar a polícia. Após o pouso no Aeroporto de Florianópolis, ela procurou novamente a tripulação para confirmar que as autoridades haviam sido notificadas.

O suspeito desembarcou normalmente, mas foi localizado por agentes no saguão do aeroporto e preso em flagrante pelo crime de importunação sexual. No momento da prisão, não foi estipulado valor de fiança, e ele foi encaminhado ao presídio masculino da capital catarinense.

Desdobramentos jurídicos e impacto emocional

O caso teve inicialmente análise pela Justiça estadual de Santa Catarina, mas foi redirecionado para a Justiça Federal. A decisão, tomada durante plantão judicial, considerou que crimes cometidos dentro de aeronaves em voo interestadual são de competência federal, conforme prevê a Constituição.

O Ministério Público também se manifestou, destacando que a vítima relatou ter sido tocada de forma insistente e, posteriormente, ter presenciado o ato de masturbação. O órgão apoiou o envio do processo para a esfera federal.

Em depoimento, a passageira afirmou ter ficado atônita com o episódio e demonstrou preocupação com o impacto psicológico sobre a filha, que testemunhou parte da situação. O caso tramita sob segredo de Justiça, e a reportagem não conseguiu localizar a defesa do acusado.

Nesta segunda-feira (22), após audiência de custódia, Paulo Gustavo Bittencourt Villela foi liberado. Em conversa com a reportagem após a soltura do suspeito, a vítima relatou que o episódio ainda provoca abalo emocional.

Ela descreveu que, nos momentos em que fica sozinha, surgem choro e indignação. A filha e a mãe também têm alternado momentos de agitação e tristeza desde o ocorrido. A reportagem contactou a Gol para questionar sobre os protocolos em casos de violência sexual a bordo e se a companhia acompanha o caso, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. A Justiça Federal e a Polícia Federal também não se manifestaram.