A Polícia Federal da Austrália confirmou, nesta terça-feira (30), que os dois atiradores responsáveis por um ataque mortal em Sydney agiram de forma isolada. O episódio, ocorrido no dia 14 de dezembro na famosa praia de Bondi, resultou na morte de 15 pessoas e deixou outras 40 feridas.
Investigção aponta ação isolada
Em comunicado oficial, a comissária Krissy Barrett afirmou que as investigações iniciais não encontraram evidências de que os agressores fizessem parte de uma célula terrorista mais ampla. Não há indícios de que tenham recebido instruções de terceiros para realizar o atentado.
"Continuo preocupado com adultos e jovens vulneráveis, suscetíveis à manipulação de extremistas religiosos ou de outro tipo que incentivam a violência", declarou Barrett. Ela destacou ainda que a radicalização pode servir como uma linha de recrutamento para grupos dispostos a usar a força para promover suas causas.
Possível vínculo com Estado Islâmico nas Filipinas
As autoridades australianas investigam um possível treinamento dos atiradores, identificados como Naveed Akram e seu pai, Sajid Akram, com o grupo terrorista Estado Islâmico. A possível conexão teria ocorrido em Manila, capital das Filipinas, onde ambos estiveram em novembro.
"Mas não estou sugerindo que eles estavam lá como turistas", ressaltou a comissária Barrett. Na casa dos dois em Sydney, a polícia encontrou bandeiras que remetiam ao grupo extremista islâmico.
A análise preliminar das imagens de circuito interno do hotel onde ficaram hospedados em Manila mostra que os suspeitos raramente saíram do local. A Polícia Federal australiana segue colaborando com as autoridades filipinas para examinar todas as filmagens disponíveis daquela visita.
Detalhes do ataque em Bondi
O ataque aconteceu durante uma celebração judaica na praia de Bondi, um dos pontos turísticos mais conhecidos do mundo e normalmente lotado de moradores e visitantes. Foi o pior ataque terrorista em décadas na Austrália.
Entre as 15 vítimas fatais, estão pelo menos uma criança e um cidadão israelense. As idades das pessoas mortas variam de 10 a 87 anos, e não há confirmação sobre a nacionalidade dos outros falecidos.
Vídeos que circularam na internet após o episódio registraram cenas de pânico, com centenas de corredores tentando fugir do tiroteio na movimentada praia.
Sajid Akram, um dos atiradores, foi morto pela polícia no mesmo dia do ataque. As investigações sobre os motivos exatos e as redes de contato dos envolvidos continuam em andamento.