França lembra 130 vítimas do atentado do Estado Islâmico em Paris há 10 anos
10 anos do atentado terrorista do EI em Paris

França presta homenagem às vítimas uma década após atentados

Nesta quinta-feira, 13 de novembro de 2025, a França realiza cerimônias emocionantes para lembrar as 130 vítimas dos ataques terroristas do Estado Islâmico que aconteceram há exatamente dez anos. As homenagens contam com a presença do presidente Emmanuel Macron e outras autoridades francesas em diversos locais afetados pela tragédia.

Sequência de ataques coordenados

Em 13 de novembro de 2015, membros do grupo terrorista Estado Islâmico executaram seis ataques simultâneos na capital francesa. Os alvos incluíram cafés, restaurantes, bares, a famosa casa de shows Bataclan e o estádio Stade de France, onde o então presidente François Hollande assistia a um amistoso de futebol com 80 mil espectadores.

As cerimônias desta quinta-feira começaram com um minuto de silêncio e a deposição de coroas de flores em frente ao Stade de France. No local, ocorreram três explosões durante os ataques: uma nos arredores matou o motorista de ônibus Manuel Dias; outra no portão H vitimou um dos terroristas; e uma terceira em um McDonald's próximo deixou mais de 50 feridos.

Terror nas ruas de Paris

Enquanto isso, um carro com terroristas circulava pela cidade cometendo novos ataques. No cruzamento da Rue Alibert com a Rue Bichat, 15 pessoas foram mortas. Outras cinco morreram em frente ao Café Bonne Bière, e 19 foram assassinadas na área externa do restaurante La Belle Equipe.

O horror na casa de shows Bataclan

O ataque mais mortal da noite aconteceu na casa de shows Bataclan, onde dois homens armados abriram fogo durante a apresentação da banda americana Eagles of Death Metal. Os terroristas possuíam plantas detalhadas do local, permitindo que o ataque fosse meticulosamente orquestrado.

Quando parte das vítimas tentou escapar pela saída de emergência, descobriram que um membro do EI estava posicionado exatamente naquele ponto para executá-las. Ao todo, 90 pessoas foram assassinadas no Bataclan.

A chegada da polícia francesa mudou o curso dos eventos. Armados apenas com pistolas, os agentes conseguiram neutralizar um dos terroristas, cujo colete com bombas detonou ao ser atingido. Os outros dois criminosos fizeram reféns e mataram parte deles durante negociações.

Pouco após a meia-noite, os policiais conseguiram entrar no local e eliminaram os agressores restantes, pondo fim ao pesadelo que durou horas.

Impacto histórico e consequências

Os ataques de 13 de novembro representaram os mais mortais em solo francês desde a Segunda Guerra Mundial. A tragédia levou à adoção imediata de protocolos de segurança de emergência, posteriormente incorporados à legislação do país.

Nos dias seguintes aos atentados, a França retaliou com bombardeios ao Estado Islâmico. Salah Abdeslam, considerado o único sobrevivente do grupo terrorista, foi preso em 2016 e condenado à prisão perpétua em 2022 por terrorismo e assassinato.

Segundo associações de vítimas, dois sobreviventes dos ataques cometeram suicídio posteriormente, elevando o número total de mortos para 132.

O historiador Denis Peschanski resumiu o impacto coletivo dos eventos ao afirmar que o que tornou os ataques únicos foi que "todos eram vítimas em potencial", seja por terem idade suficiente para estar nos locais ou por terem filhos que poderiam ter estado lá.