Geleira islandesa recua 6 km em 25 anos, revelam imagens de satélite
Geleira na Islândia recua 6 km em 25 anos

Uma das principais geleiras da Islândia está recuando a um ritmo alarmante, conforme revelam dados de satélite de alta precisão. A Breiðamerkurjökull, localizada no sudeste do país, perdeu aproximadamente 6 quilômetros de extensão nas últimas duas décadas e meia.

Monitoramento por satélite evidencia mudança drástica

As informações são baseadas em imagens capturadas pelo programa Copernicus, da União Europeia. Um dos satélites Sentinel-2 registrou a posição da geleira em 11 de novembro de 2025. A comparação com registros históricos de 1990 e 2016 permitiu traçar linhas que mostram, de forma clara e sequencial, a extensão antiga, intermediária e atual do gelo.

O deslocamento da frente da geleira não é um evento isolado. Ele reflete um processo contínuo de perda de massa de gelo, diretamente associado ao aumento das temperaturas globais e a alterações nos padrões de precipitação na região.

Um braço do maior manto de gelo da Europa

A Breiðamerkurjökull é um braço do Vatnajökull, o maior manto de gelo da Europa. Ela avança em direção à famosa lagoa glacial Jökulsárlón, uma área considerada um termômetro natural devido aos sinais evidentes e acelerados de retração do gelo.

Segundo os especialistas do Copernicus, o acompanhamento sistemático por satélite é uma ferramenta essencial para medir mudanças em regiões remotas e sensíveis do planeta, como as geleiras e as áreas polares. As imagens de alta resolução permitem detectar não apenas o recuo da frente da geleira, mas também o seu afinamento ao longo do tempo – um sinal preocupante de que a recuperação desses sistemas naturais se torna cada vez mais difícil.

Impactos em cadeia no clima global

A perda sustentada de gelo observada na Islândia nas últimas décadas vai muito além de uma simples alteração na paisagem. Os cientistas tratam esse fenômeno como um indicador direto das mudanças climáticas em curso no Ártico e no Atlântico Norte.

As geleiras islandesas desempenham um papel crucial na regulação dos recursos de água doce e, por consequência, contribuem para o nível dos oceanos. O derretimento acelerado dessas massas de gelo é, conforme alerta a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o segundo maior fator de elevação do nível do mar no mundo, gerando impactos em cadeia para ecossistemas costeiros e populações humanas.

O caso da Breiðamerkurjökull serve como um registro visual e incontestável da velocidade com que as transformações no clima estão moldando a face do planeta, exigindo atenção e ação imediatas.