Uma forte tempestade que atingiu a região da Grande São Paulo na tarde deste sábado, 27 de dezembro de 2025, provocou um extenso apagão que deixou quase 160 mil residências sem energia elétrica. O evento, causado pelas condições climáticas adversas, reacendeu a crise no fornecimento de energia e levou o governo estadual a acionar um gabinete de crise.
Municípios mais afetados pelo apagão
De acordo com o mapa de interrupções divulgado pela concessionária Enel em seu site, os municípios proporcionalmente mais impactados foram Embu, São Paulo, Osasco e Taboão da Serra. Em números absolutos, a capital paulista liderou o quadro negativo, com impressionantes 139.284 unidades consumidoras desabastecidas no momento da divulgação dos dados.
O panorama completo das interrupções, conforme os números da Enel, foi o seguinte:
- São Paulo: 139.284 casas sem luz
- Osasco: 8.060 casas sem luz
- Embu: 4.528 casas sem luz
- Cotia: 2.433 casas sem luz
- Taboão da Serra: 1.513 casas sem luz
- Carapicuíba: 1.459 casas sem luz
O total de 159.887 residências afetadas representa aproximadamente 1,88% do total de clientes atendidos pela empresa na região.
Governo aciona gabinete de crise e Aneel age
Diante da previsão de mais tempestades e de um calor acima da média para o período, com temperaturas cerca de 5ºC mais altas que o normal, o governo do estado de São Paulo decidiu montar um gabinete de crise. A medida tem como objetivo coordenar ações para enfrentar os efeitos das chuvas dos próximos dias.
Este novo episódio de falta de energia se soma a uma série de falhas recentes no sistema. A situação crítica levou autoridades a tomarem uma decisão drástica. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, anunciaram que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) dará início ao procedimento administrativo para romper o contrato com a Enel.
No entanto, especialistas alertam que este processo pode ser demorado. A empresa tem o direito de exercer seu contraditório e ampla defesa perante a agência reguladora.
Histórico de problemas e crise de confiança
A relação entre a concessionária, os consumidores e o poder público já estava extremamente tensionada. Apenas algumas semanas antes, em 10 de dezembro, uma forte ventania causou um apagão que afetou cerca de dois milhões de residências na Grande São Paulo.
Na ocasião, moradores de vários pontos da região metropolitana ficaram até seis dias sem energia. O serviço só foi restabelecido integralmente após uma ordem judicial que impôs multas pesadas à empresa, determinando que os valores fossem pagos diretamente aos consumidores prejudicados.
Episódios similares de interrupções prolongadas no fornecimento já haviam ocorrido em 2023 e 2024, criando um histórico de instabilidade e uma profunda crise de confiança na capacidade da concessionária de gerir o serviço essencial.
A população da maior metrópole do país aguarda agora as próximas medidas das autoridades e uma solução definitiva para os constantes problemas no abastecimento de energia elétrica.