Lula ordena demissão de servidor da CGU por agressão e manda recado político
Lula demite servidor da CGU por agressão a mulher e criança

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a expulsão de um servidor da Controladoria-Geral da União (CGU) que foi flagrado cometendo agressão contra uma mulher e uma criança no Distrito Federal. A decisão, anunciada em 26 de dezembro de 2025, foi tomada com base no princípio de que não há estabilidade ou cargo público que sirva de justificativa para atos de violência.

Um caso que transcende o episódio isolado

A medida presidencial foi além de uma simples punição administrativa. Lula tratou o ocorrido como uma mensagem de Estado, enfatizando que a violência, especialmente vinda de agentes de órgãos de controle como a CGU, não pode ser tolerada. A determinação inclui a demissão do servidor, a abertura de apuração administrativa e o encaminhamento para investigação criminal, sem espaço para contemporizações ou corporativismo.

O presidente deixou claro que a função pública, em especial em um órgão fiscalizador, não pode abrigar indivíduos que confundem autoridade com o direito de humilhar ou agredir. A punição, portanto, precisa ser exemplar para servir de advertência.

O cálculo político e a obrigação moral

Analistas observam que a decisão carrega um peso político inegável, dada a proximidade das eleições do ano seguinte. Existe um segmento significativo do eleitorado, majoritariamente urbano, que está cansado da impunidade e é sensível a temas ligados à segurança pública e à proteção de vítimas. Um gesto firme como esse atende a essa demanda.

Há também uma estratégia de deslocar o debate para valores básicos e consensuais, onde a grande maioria da sociedade se reconhece. Nesse terreno, adversários políticos tendem a ficar sem argumentos, pois ninguém se arrisca a defender um agressor. No entanto, a existência de um cálculo político não anula o acerto da medida. Pelo contrário: quando a ação política coincide com o que é moralmente inquestionável, ela deixa de ser apenas tática e se transforma em uma obrigação ética.

A moldura da mensagem: o recado de Natal

A fala de Natal do presidente Lula foi utilizada como pano de fundo para reforçar este recado. A ocasião serviu para reafirmar publicamente que existe um limite que não pode ser ultrapassado e que, caso isso ocorra, o Estado deve reagir com todo o rigor da lei. A violência, quando naturalizada, se transforma em método; quando punida com firmeza, vira um aviso para toda a sociedade.

O episódio envolvendo o servidor da CGU, portanto, se tornou um símbolo de uma postura de governo que busca associar a imagem da administração pública à defesa intransigente de valores básicos de civilidade e respeito, especialmente em relação aos mais vulneráveis.