9 dicas de salva-vidas para evitar afogamentos em rios e represas
Salva-vidas dá orientações para evitar afogamentos

O verão e as férias escolares trazem consigo um aumento preocupante nos casos de afogamentos em piscinas, rios, cachoeiras e represas na região de São Carlos (SP). Somente em 2025, diversas mortes trágicas foram registradas, incluindo a da pequena Eloá Spagna Nogueira, de 1 ano e 11 meses, que se afogou em uma piscina em Mococa na última terça-feira (23).

Orientações de um profissional para prevenir tragédias

Diante desse cenário alarmante, a EPTV, afiliada da TV Globo, conversou com o salva-vidas Jader Petro na Represa do Broa, em Itirapina, local que já registrou duas mortes este ano. Ele elencou nove orientações cruciais para garantir a segurança de banhistas e evitar novas fatalidades.

Atenção à profundidade: Água na altura do umbigo já representa perigo. Em represas e cachoeiras, os desníveis no fundo são comuns e inesperados, elevando o risco de afogamento de forma súbita.

Supervisão constante de crianças: Nunca deixe crianças sozinhas na água ou próximas a ela. A presença de um adulto responsável e sóbrio, com atenção total, é obrigatória.

Cuidado com objetos flutuantes: Boias e similares podem criar uma falsa sensação de segurança. Seu uso deve ser restrito a áreas rasas e sempre sob vigilância ativa.

Evite álcool: A bebida alcoólica reduz drasticamente os reflexos e o nível de atenção. Pessoas que consumiram álcool não devem entrar na água e muito menos assumir a responsabilidade de cuidar de crianças.

Respeito ao corpo após comer: É recomendável evitar entrar na água logo após as refeições, pois o risco de congestão e mal-estar aumenta consideravelmente.

Observe a sinalização: Respeite as placas. Sinalização verde indica local próprio para banho, enquanto a vermelha aponta áreas perigosas com risco real de afogamento.

Como agir em caso de emergência: Se presenciar um afogamento, não se aproxime diretamente da vítima, sob risco de ser agarrado e se tornar uma segunda vítima. A ação correta é jogar algum objeto que flutue, como uma boia, garrafa pet fechada ou prancha, e acionar imediatamente o guarda-vidas mais próximo ou o Corpo de Bombeiros (193).

Precauções com embarcações: A operação de jet ski exige o uso obrigatório de colete salva-vidas. Embarcações devem ter coletes disponíveis para todos os ocupantes. É fundamental respeitar as áreas destinadas a banhistas e manter uma distância segura.

Perigos em cachoeiras e rios: Nesses locais, a atenção deve ser redobrada com pedras escorregadias, galhos submersos e correntezas fortes. O volume de água pode mudar rapidamente, aumentando o perigo.

Dez vidas perdidas na região em 2025

O ano de 2025 foi marcado por uma sequência de tragédias relacionadas a afogamentos na região de São Carlos e Araraquara. As vítimas tinham idades entre 1 e 63 anos, e a maioria dos óbitos (sete) ocorreu em represas, seguido por piscinas (três casos).

19 de janeiro – Araras: Fabiano Oliveira dos Santos, 24 anos, pulou de uma ponte na Represa do Tambury, passou mal enquanto nadava e afundou. Seu corpo foi resgatado pelos bombeiros.

2 de fevereiro – Itirapina: Odair Pereira, 57 anos, foi encontrado sem vida na Represa do Broa. Ele não havia consumido álcool, mas ingeriu muito energético e sofria de arritmia cardíaca.

6 de fevereiro – São Carlos: As irmãs Maria Clara Delarmino, 4 anos, e Maria Helena Delarmino, 8 anos, foram encontradas afogadas na piscina de um vizinho. A polícia investiga homicídio culposo por negligência.

25 de maio – Itirapina: Eduardo Luís Gonçalves do Amaral, 28 anos, afundou na Represa do Broa ao buscar uma bola que havia ido para um local mais fundo. O local tinha placa de perigo.

28 de outubro – São Carlos: Daniel Ferreira, 45 anos, desapareceu enquanto nadava na Represa do 29, após se afastar da margem.

9 de novembro – São Carlos: Altino Mendes, 63 anos, morreu afogado enquanto pescava na Represa do 29, em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas.

14 de novembro – Motuca: Um adolescente de 15 anos afundou nas águas da represa de uma antiga usina na área rural. O corpo foi localizado pelo Corpo de Bombeiros de Araraquara.

19 de novembro – Leme: Nicolas Felipe Brito, 15 anos, tentava atravessar uma represa com amigos quando se afogou. Um colega tentou socorrê-lo sem sucesso.

23 de dezembro – Mococa: Eloá Spagna Nogueira, com apenas 1 ano e 11 meses, foi encontrada afogada na piscina de uma casa. Ela foi levada em estado grave para a UPA, mas não resistiu.

A prevenção como única saída

Os casos listados, que vão desde crianças pequenas até adultos, mostram que o afogamento é uma ameaça democrática e rápida. As orientações do salva-vidas Jader Petro não são meras sugestões, mas protocolos de segurança que podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Em um contexto de calor intenso e busca por lazer em águas naturais, a combinação de atenção redobrada, respeito aos limites do corpo e ao ambiente aquático é a chave para um verão mais seguro para todos.