Preços de apps de transporte triplicam em São Paulo em dezembro
Apps de transporte com preços até 3x maiores em SP

Moradores da cidade de São Paulo enfrentaram um susto no bolso durante o mês de dezembro de 2025. Os valores das corridas realizadas por meio de aplicativos de transporte, como Uber e 99, apresentaram aumentos significativos, chegando, em alguns casos, a triplicar em relação aos preços habituais.

Reclamações se multiplicam nas redes sociais

A insatisfação dos passageiros tomou conta das redes sociais e de fóruns online. Diversos usuários compartilharam prints das telas de seus celulares mostrando tarifas consideradas abusivas para trajetos comuns na capital paulista. O cenário gerou uma onda de protestos, com muitos consumidores questionando a falta de transparência no cálculo dinâmico das tarifas, conhecido como "surge pricing".

O período de festas de fim de ano, tradicionalmente marcado por uma maior demanda por serviços de mobilidade urbana, parece ter intensificado a aplicação dessas tarifas elevadas. No entanto, a magnitude dos aumentos, descrita pelos usuários como desproporcional, chamou a atenção e levantou dúvidas sobre práticas comerciais.

Órgãos de defesa do consumidor em alerta

Diante da enxurrada de reclamações, o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo deve ser acionado para analisar a legalidade dos reajustes. A fundação tem competência para investigar se houve abuso no cálculo dos preços ou se os aplicativos descumpriram alguma regra do Código de Defesa do Consumidor, como a informação clara e ostensiva sobre a variação de preços.

Especialistas em direito do consumidor lembram que, embora a precificação dinâmica seja uma prática permitida e prevista nos termos de uso das plataformas, ela não pode ser aplicada de forma indiscriminada ou abusiva. É dever das empresas garantir que o algoritmo de preços não resulte em valores exploratórios, especialmente em situações onde o serviço é essencial.

Impacto no cotidiano e alternativas

O aumento repentino tem impacto direto no orçamento de milhares de paulistanos que dependem desses aplicativos para se deslocar diariamente, seja para o trabalho, estudos ou compromissos pessoais. A situação força muitos a reconsiderarem seus meios de transporte, buscando alternativas como:

  • Transporte público: Ônibus, metrô e trens da CPTM.
  • Táxi convencional: Que, em alguns corredores, pode apresentar valor fixo mais vantajoso.
  • Carona solidária: Organizada entre colegas ou por aplicativos específicos.
  • Deslocamentos a pé ou de bicicleta: Para percursos mais curtos.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Mobilidade e Transportes, também pode ser cobrada a se pronunciar sobre o assunto, uma vez que a mobilidade urbana é um serviço de interesse público. A expectativa é que, com a pressão dos consumidores e a possível atuação do Procon, as empresas se manifestem e ofereçam explicações concretas sobre os critérios usados para os reajustes de dezembro.

Enquanto isso, a recomendação para os usuários é ficarem atentos à estimativa de valor antes de confirmar a corrida e registrarem reclamações formalmente nos canais dos próprios aplicativos e no Procon SP em caso de valores considerados abusivos. A data do ocorrido, 30 de dezembro de 2025, marca um ponto de atenção para futuros períodos de alta demanda.