Uma viagem que tinha como destino o reencontro familiar para o Natal terminou em tragédia no interior de São Paulo. Um ônibus da Viação Grandino tombou em uma rotatória, resultando na morte de duas pessoas e deixando outras 38 feridas, cinco delas em estado grave.
Detalhes do acidente e a rota alterada
O ônibus partiu da cidade de São Paulo na noite de terça-feira, 23 de dezembro, às 23h55, com 44 passageiros e dois motoristas a bordo. O destino final era a cidade de Olímpia, no nordeste do estado, com paradas programadas em Araraquara e Bebedouro.
Após deixar passageiros em Araraquara, o veículo retomou a viagem. No entanto, ao se aproximar de Jaboticabal, o motorista não seguiu pela Rodovia Brigadeiro Faria Lima como planejado. Em vez disso, entrou em uma rotatória de acesso à cidade, onde perdeu o controle e o ônibus tombou.
As vítimas fatais foram identificadas como Bárbara Maria da Costa, de 30 anos, e a pequena Maitê Chaves de Souza, de apenas três anos de idade.
Excesso de velocidade e investigações em andamento
A Polícia Militar Rodoviária apurou que a velocidade máxima permitida no local do acidente é de 40 km/h. Dados do tacógrafo do ônibus, no entanto, registraram que o veículo trafegava a 100 km/h no momento da tragédia. O equipamento foi recolhido para perícia.
O tenente da PMR, Danilo Rodrigues Cutis, informou que os testes do etilômetro (bafômetro) realizados nos dois motoristas apresentaram resultado zero. A vistoria no veículo também atestou que ele estava em condições regulares. "A única coisa que ficou foi o excesso de velocidade", afirmou o tenente.
O supervisor de operações da Viação Grandino, Edvan Nunes, fez uma revelação importante: o trecho da rotatória onde ocorreu o tombamento não fazia parte da rota original da empresa. "E esse trevo aqui, onde o ônibus tombou, é um trevo que ele faz paralelo à via e não é rota da empresa. A gente não passa nesse trevo", declarou. Ele também observou que havia marcas de derrapagem, e não de frenagem, no local, levantando a hipótese de que o condutor possa ter tido um mal súbito.
Depoimentos e reações das empresas
O motorista que dirigia o ônibus, Inaldo Marques da Silva, prestou depoimento na delegacia de Jaboticabal. Ele afirmou à polícia que não se lembra do acidente.
Entre os passageiros, o susto e o desespero. José Carlos Martins Júnior, analista de sistemas, relatou: "Vi quando o ônibus tombou e a gente caiu em cima das pessoas".
A Viação Grandino emitiu uma nota lamentando profundamente o ocorrido e afirmando que sua prioridade absoluta é garantir o atendimento médico aos feridos e o acolhimento aos familiares. A Buser, empresa que comercializou as passagens, também se manifestou, declarando que trabalha em conjunto com a Grandino para prestar toda a assistência necessária às pessoas envolvidas.
A Polícia Civil de Jaboticabal assumiu as investigações para apurar as causas exatas do acidente, que interrompeu violentamente as viagens de dezenas de pessoas que esperavam celebrar o Natal com suas famílias.