Pesquisa Quaest: Flávio Bolsonaro lidera direita com 23%, e PT vê com otimismo
Flávio Bolsonaro lidera direita em pesquisa, diz PT

Uma nova pesquisa de intenção de voto para as eleições presidenciais trouxe um cenário que está sendo analisado com atenção pelos principais atores políticos. Divulgada na terça-feira, 16 de dezembro de 2025, pelo instituto Quaest, a sondagem testou o nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) após o anúncio de sua pré-candidatura e revelou um crescimento significativo do parlamentar no eleitorado de direita.

Os números da pesquisa e a liderança na direita

Os resultados colocam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança geral do primeiro turno, com 41% das intenções de voto. O dado que mais chamou a atenção, no entanto, foi a performance de Flávio Bolsonaro. O senador aparece como o principal nome da direita, alcançando 23% das preferências.

Esse percentual o coloca à frente de outros potenciais candidatos do espectro político, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que registrou 10% na mesma pesquisa. O desempenho surpreendeu até aliados próximos ao bolsonarismo, que agora enxergam um potencial expressivo de crescimento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo da campanha.

A visão estratégica do PT sobre o cenário

Internamente, integrantes do Partido dos Trabalhadores avaliam os números com otimismo. De acordo com petistas ouvidos, os dados começam a ajudar a "consolidar a candidatura" de Flávio Bolsonaro e a "manter o controle sobre o voto" de uma parcela específica do eleitorado.

Um ponto destacado por um membro da sigla é a percepção de que Flávio "já deixou claro que não vai passar esse poder para o Centrão", referindo-se às negociações com partidos de centro. Para a cúpula petista, o resultado não é considerado ruim. A análise interna aponta que a mesma fortaleza de Flávio é também sua fraqueza: ser filho de Bolsonaro.

Rejeição e o cenário de segundo turno

A pesquisa revela, contudo, um obstáculo considerável para o senador. A taxa de rejeição de Flávio Bolsonaro é muito elevada, atingindo 60% dos entrevistados. Em comparação, o índice de rejeição do governador Tarcísio de Freitas é de 47%.

Essa diferença é vista como um fator crucial em um eventual segundo turno. Analistas ponderam que, enquanto Flávio mobiliza a base mais radicalizada, Tarcísio teria a capacidade de atrair um eleitorado mais moderado em uma disputa direta contra Lula. A pesquisa Quaest, portanto, desenha um panorama complexo, onde a força eleitoral inicial de um candidato pode ser neutralizada por sua alta impopularidade junto ao restante do eleitorado.

A pré-campanha segue com os partidos monitorando as movimentações. O crescimento de Flávio Bolsonaro nas pesquisas iniciais consolida seu nome como uma força dentro da direita, mas também o coloca como um alvo de críticas centralizado, um dado que será fundamental nas estratégias dos adversários nos próximos meses.