Governo Lula oficializa salário mínimo de R$ 1.621 a partir de 2026
Salário mínimo sobe para R$ 1.621 em 2026

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou nesta quarta-feira, 24 de dezembro de 2025, o novo valor do salário mínimo nacional. A partir do dia 1º de janeiro de 2026, o piso salarial dos brasileiros passará de R$ 1.518 para R$ 1.621, representando um aumento de pouco mais de cem reais.

Detalhes do decreto e do cálculo do reajuste

O ato foi oficializado por meio de decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira. A medida concretiza uma sinalização política importante do Palácio do Planalto, alinhando-se a uma promessa feita pelo petista ainda durante a campanha eleitoral de 2022. Na ocasião, Lula se comprometeu a retomar uma política de valorização real do mínimo, com correções acima da inflação.

O cálculo para definir o novo valor seguiu a regra constitucional, que determina reajuste pelo menos equivalente à inflação para preservar o poder de compra. O índice utilizado foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro, que ficou em 4,18%. No entanto, o aumento concedido foi superior a esse percentual, garantindo um ganho real aos trabalhadores.

Impacto nas contas públicas e na população

O reajuste do salário mínimo tem um efeito cascata nas finanças do governo, pois serve como referência para o cálculo de diversos benefícios sociais. Valores como aposentadorias, pensões, abono salarial e seguro-desemprego não podem ser inferiores ao piso nacional.

De acordo com estimativas do próprio Planalto, cada 1 real de aumento no mínimo gera uma despesa extra de aproximadamente 420 milhões de reais no ano seguinte. Considerando o incremento de 103 reais, a projeção é de que o impacto total nas contas públicas em 2026 seja da ordem de 43,2 bilhões de reais.

A importância do salário mínimo para a economia brasileira é enorme. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam que o valor é referência direta para cerca de 59,9 milhões de pessoas no país, seja como renda principal ou como parâmetro para benefícios.

Cumprimento de promessa e contexto político

Esta é a primeira vez, desde o retorno de Lula à Presidência, que o reajuste anual do mínimo supera a mera reposição da inflação. Nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro, a prática comum era ajustar o valor estritamente pelo índice de preços, sem acrescentar ganho real.

A assinatura do decreto, portanto, é carregada de simbolismo político. Ela representa o cumprimento de uma das bandeiras históricas do PT e uma resposta a uma demanda de parte expressiva da base eleitoral. O governo demonstra preocupação em honrar o compromisso assumido publicamente, buscando recompor e elevar gradualmente o poder de compra da população mais vulnerável.

A medida entra em vigor no primeiro dia útil do próximo ano, marcando o início de 2026 com um aumento concreto no rendimento de milhões de famílias brasileiras.