O banco Bradesco desempenhou um papel central e decisivo na operação que resultou na venda do controle da Braskem, uma das maiores petroquímicas do país. A compradora foi a gestora de investimentos IG4, em uma transação cujo valor é estimado em cerca de 20 bilhões de reais.
Histórico de relacionamento entre Bradesco e IG4
Esta não é a primeira vez que o Bradesco e a gestora IG4 têm seus caminhos cruzados em uma grande operação corporativa. Anteriormente, a IG4 atuou de forma protagonista na reestruturação da antiga CAB Ambiental, empresa que posteriormente foi rebatizada como Iguá Saneamento.
O momento dessa reestruturação coincide justamente com o período em que o Bradesco figurava como um dos principais credores da companhia de saneamento. Esse histórico prévio de negociações pode ter facilitado e pavimentado o caminho para o entendimento complexo em torno da Braskem.
O que muda com a entrada da nova controladora
A chegada da IG4 ao comando da Braskem tem um objetivo claro e imediato: destravar a venda de ativos não essenciais da petroquímica. A empresa ainda conta com a Petrobras como sócia, detentora de 47% do capital.
Entre os ativos que devem ser colocados no mercado, o principal é uma fábrica de polipropileno localizada no Rio Grande do Sul. As negociações para essa e outras vendas estavam paralisadas desde setembro de 2025, quando o interesse da gestora IG4 na Braskem tornou-se público.
Silêncio das partes envolvidas
Procuradas para comentar os detalhes da operação e seus desdobramentos futuros, tanto a gestora IG4 quanto a própria Braskem optaram por não se manifestar. A transação, articulada com maestria pelo Bradesco, marca um novo capítulo na trajetória da petroquímica e deve reconfigurar seu posicionamento no mercado nacional e internacional.
A conclusão deste negócio bilionário reforça o papel dos grandes bancos brasileiros não apenas como financiadores, mas como articuladores fundamentais em fusões e aquisições de grande porte na economia nacional.