Natal 2025: TVs e celulares caem de preço, mas joias sobem 27%
Preços da cesta de Natal sobem menos que inflação geral

O espírito natalino deste ano pode vir acompanhado de um alívio para o bolso do consumidor em algumas categorias. Um levantamento inédito aponta que o preço dos presentes mais cobiçados no Natal subiu menos do que a inflação geral, com quedas expressivas em itens como televisores e celulares.

Cesta de Natal tem inflação menor que o índice geral

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) compilou a variação dos preços de 45 produtos que os brasileiros mais compram para presentear. O resultado mostra que a inflação dessa "cesta de Natal" ficou em 3,26% nos últimos 12 meses. Esse percentual é consideravelmente menor do que o índice de inflação geral, que atingiu 4,46% no mesmo período.

Segundo o consultor da Fecomercio-SP, André Sacconato, essa é uma situação atípica e favorável. "Bens que o consumidor geralmente gosta muito no Natal, como televisores, eletrodomésticos, telefones celulares vêm apresentando queda de preço. Então, provavelmente, o consumidor que focar nesses bens vai ter um preço relativo melhor. Isso é específico deste Natal, não é uma coisa comum", afirmou Sacconato.

Quedas e altas: o que ficou mais barato e o que encareceu

O item que mais puxou a inflação da cesta para baixo foram os televisores, com uma queda de 7% no preço. Logo em seguida, aparecem os telefones celulares, que tiveram uma redução média de 6%.

A lista de produtos que apresentaram redução inclui ainda bermudas infantis, roupas de cama, mochilas e computadores. A valorização do real frente ao dólar é apontada como um dos fatores que contribuíram para a queda nos preços de eletrônicos.

Por outro lado, um presente tradicional enfrentou uma alta vertiginosa. As joias tiveram um aumento médio de 27% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionadas principalmente pela alta do preço do ouro no mercado internacional. Este foi o maior aumento registrado dentro da cesta de Natal pesquisada.

A lojista Rubya Correia relatou a situação: "o ouro está caro e a prata está quase o preço do ouro". Mesmo com o cenário desfavorável, ela contou que conseguiu driblar a alta com criatividade e um atendimento diferenciado, aumentando as vendas em 40%. "A gente trabalha com bastante desconto. Nosso diferencial mesmo na rede toda é a questão do atendimento... o cliente se sente em casa", explicou.

Estratégias para um Natal com menos gastos

Além das joias, outros itens também ficaram mais caros, como alguns produtos de beleza, livros, roupas e sapatos, que registraram altas superiores a 5%.

Diante desse cenário misto, muitos consumidores estão repensando as tradições para priorizar o convívio. É o caso da fisioterapeuta Rafaela dos Santos, que adaptou a brincadeira do amigo secreto em sua família. "Hoje, nossa estratégia é diminuir o valor do presente simplesmente para a gente ter um motivo para comemorar, estar com a família, se divertir", contou ela, destacando que a redução no valor do presente permitiu que todos pudessem participar.

O estudo da Fecomercio-SP reforça que, com planejamento e foco nos produtos que tiveram queda, é possível presentear sem pesar tanto no orçamento neste final de ano. A dica dos especialistas é pesquisar e comparar preços, aproveitando as oportunidades criadas por esse momento econômico singular.